Investidor envia R$ 3 milhões em criptomoedas para endereço errado e perde tudo

Conforme transações de criptomoedas são imutáveis, é impossível revertê-las. Portanto, investidores devem fazer transações com calma, tendo tempo de sobra para revisá-las.

Um investidor desconhecido caiu em um golpe nesta quinta-feira (22), perdendo R$ 3 milhões em Ethereum após enviar suas criptomoedas para o endereço errado. O erro foi induzido por golpistas, que ficaram com o dinheiro.

Tal golpe é conhecido como “endereço contaminado”. Em suma, os golpistas geram um endereço muito similar a outro usado frequentemente pela vítima em potencial e então lhe enviam uma pequena transação.

Por descuido e falta de atenção, a vítima copia esse endereço de seu histórico de transações na hora de mover suas moedas.

Investidor perde R$ 3 milhões em golpe de endereço contaminado

A perda de 211 ETH, avaliados em R$ 3 milhões, foi percebida pelo Scam Sniffer, uma empresa de segurança do setor de criptomoedas. De qualquer forma, após a transação ser confirmada, ninguém poderia fazer mais nada para salvar o investidor.

“Há 35 minutos, alguém perdeu 211 ETH (US$ 553.312) ao copiar o endereço errado de um histórico de transferências contaminado. Ele originalmente queria depositar os fundos na KuCoin.”

Dando detalhes sobre como o golpe funciona, o Scam Sniffer aponta que o endereço correto e o endereço dos golpistas possuem o mesmo início e fim.

0x001918c9c8faFC0D6D28A1b72022A0586B08BDE9Endereço correto
0x0019e85247BcAf01840C64E27E272a55a928BDE9Endereço do golpista

Golpe de endereço contaminado faz vítima perder R$ 3 milhões. Até mesmo exploradores de blocos, carteiras e corretoras costumam abreviar endereços, dificultando a conferência do mesmo. Fonte: EtherScan.
Golpe de endereço contaminado faz vítima perder R$ 3 milhões. Até mesmo exploradores de blocos, carteiras e corretoras costumam abreviar endereços, dificultando a conferência do mesmo. Fonte: EtherScan.

Ou seja, é possível que a vítima tenha até conferido o endereço com o fornecido pela corretora onde realizaria o depósito, mas não por completo.

Segundo o histórico das transações, tal investidor havia comprado 692 ETH em 2018. Nesta semana, ele enviou 350 ETH para uma corretora e 211 ETH foram perdidos no golpe. Agora ele possui apenas 0,5 ETH em sua carteira.

Já a carteira dos golpistas continua com os R$ 3 milhões parados. Como acontece frequentemente nesses casos, é esperado que os valores comecem a girar em breve, visando quebrar o rastro dessas moedas para poderem ser aceitas pelo mercado como um todo.

Como se proteger do golpe do endereço contaminado?

Conforme transações de criptomoedas são imutáveis, é impossível revertê-las. Portanto, investidores devem fazer transações com calma, tendo tempo de sobra para revisá-las.

Em alguns casos, recomenda-se enviar um valor pequeno antes para confirmar que está tudo certo e então transferir o valor total desejado.

Independente disso, usuários devem sempre conferir todo o endereço de destino, e não apenas seu início e fim. Essa simples abordagem, que dura poucos segundos, poderia ter salvo os R$ 3 milhões do caso acima.

Embora já existam soluções para evitar o golpe do endereço contaminado, a proatividade do próprio investidor continua sendo fundamental.

Por fim, este e outros tantos casos mostram como até mesmo usuários experientes estão sujeitos a perdas. Além dos valores, tal carteira foi criada em 2018, tendo quase 7 anos de existência.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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