As contas da BWA Brasil sofreram mais um duro golpe na justiça brasileira. Isso porque, dois processos de ex-investidores que perderam R$ 5 milhões na BWA Brasil ganharam o direito de bloquear os valores nas contas da empresa, que é acusada de operar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas.
Com sede em São Paulo, a BWA Brasil oferecia aos clientes rendimentos com criptomoedas. Contudo, desde dezembro de 2019 não tem possibilitado aos clientes os saques e até o acesso à plataforma de investimentos.
Desesperados e em busca de soluções, muitos encaram na justiça brasileira a esperança de reaver seus investimentos. O caso da BWA Brasil tem acirrado nos últimos meses, com mais que R$ 30 milhões de clientes presos.
A BWA Brasil Tecnologia Digital LTDA é uma empresa registrada em São Paulo. Consta no registro do quadro societário da empresa os sócios Roberto Willens Ribeiro, Marcos Aranha, Jéssica Da Silva Farias, mas Paulo Roberto Ramos Bilibio é apontado por alguns como o empresário por trás do negócio.
Acumulando problemas desde o final de 2019, a BWA Brasil já é investigada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. Os problemas começaram após inúmeras reclamações de clientes apontando a empresa como uma suposta pirâmide financeira.
Na justiça paulista, foram publicados dois processos contra a BWA Brasil no Diário da Justiça desta segunda (18). Somados, ambos os processos dão conta que R$ 5.089.810,87 teriam sido perdidos na possível pirâmide.
O processo 1005531-18.2020.8.26.0562 que mais chamou atenção é uma ação coletiva que corre em segredo de justiça. Nela, os investidores alegaram que a BWA Brasil teria retido R$ 4.335.699,89 de vários investidores, que teriam ficado sem acesso à plataforma de investimentos.
a corretora deixou de repassar os rendimentos prometidos, suspendendo os pedidos de levantamento das aplicações dos investidores, conforme documentos juntados
A justiça paulista entende que há a possibilidade de não haver bens nas contas da BWA Brasil. Mesmo assim, o juiz que cuida do caso já deixou determinado que em caso de problemas ao encontrar bens pelos sistemas BACENJUD, INFOJUD e RENAJUD, imóveis em nome da empresa e seus sócios poderão ser bloqueados.
No caso da insuficiência de bens delas para garantir a restituição aos autores, defiro, subsidiariamente, o arresto de bens imóveis e valores dos sócios, em razão da hipótese de desconsideração da personalidade juridica prevista no Código de defesa do Consumidor.
Neste caso milionário, o juiz entendeu que não seria necessário realizar audiência, uma vez que estas não tem sido relevantes para resolver problemas. Ou seja, a decisão favorável aos investidores que perderam milhões na BWA Brasil já foi dada, cabendo a empresa recorrer em até 15 dias úteis.
Outro processo publicado contra a BWA Brasil nesta segunda no Diário da Justiça é de número 1004076-18.2020.8.26.0562. A autora do processo é a esposa de um médico que era referência em cirurgia plástica no Brasil e faleceu em outubro de 2019, de acordo com a Associação Paulista de Medicina.
Nos autos do processo, que não corre em sigilo de justiça, o médico teria investido R$ 754.110,78 antes de falecer. O caso pediu que o valor seja bloqueado em contas da BWA Brasil e, além disso, sejam bloqueadas eventuais aeronaves em nome da ré. Para isso, será enviado um ofício a ANAC, citando nome dos requeridos.
Em resumo, caso a BWA Brasil tenha alguma embarcação, também deverá ser bloqueada. Ou seja, os cerca de R$ 5 milhões presos na BWA Brasil deverão ser buscados em vários bens e contas, com clientes desesperados para reaver seus investimentos na possível pirâmide financeira.
bloqueio de transferência de propriedade de eventuais embarcações registradas em nome dos requeridos, oficiando-se, para tanto, à Capitania dos Portos, devendo o ofício ser impresso e encaminhado pelos autores
No Reclame Aqui, a BWA Brasil já possui pelo menos 60 reclamações de clientes, apontando os problemas de acesso à plataforma de investidores, além é claro, da falta de saques, como as maiores contrariedades. O Livecoins tentou contato com o empresário Paulo, mas não recebeu retorno até o final desta reportagem.
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