A Justiça de São Paulo determinou nesta semana o bloqueio de mais R$ 317 mil do “Projeto Rota 33”.A empresa, que funcionava dentro de uma faculdade de Catanduva (SP), prometia rendimentos mensais de 20% sobre o capital aportado.
Esse lucro estratosférico, afirmava o negócio, era obtido por meio de supostos investimentos em criptomoedas.
O bloqueio de recursos foi pedido por dois investidores, que moveram duas ações contra a empresa no final do ano passado. Um deles depositou R$ 264,3 mil no “Projeto Rota 33”, criado pelo empresário Thiago Troncoso, e o outro colocou R$ 52,5 mil.
Pedido é urgente, pois dono da empresa não foi localizado, diz Justiça
Nos dois processos, a Justiça informou que o bloqueio dos recursos é necessário porque o empresário Thiago Troncoso pode não ser localizado. Além disso, consta na sentença, pode ser que ele não tenha condições financeiras de suportar a condenação.
“Há urgência no pedido e perigo de dano, consistente na possível não localização dos réus diante da alteração unilateral do contrato (…) Há também indícios de que os réus não disponham de condições financeiras a suportarem eventual condenação, razão pela qual DEFIRO o pedido de arresto cautelar (…) até o limite do crédito (R$ 267.382,10), em nome da empresa Thiago Troncoso ME (…) e dos sócios Thiago Troncoso (…) e Fabricio Assad (…), esses dois últimos em desconsideração da personalidade jurídica (…).”
O que diz a defesa da “empresa de criptomoedas” que funcionava dentro da faculdade?
O advogado Ricardo Sting, que defende Troncoso, informou que o empresário está em Catanduva e ainda trabalha na sede do “Projeto Rota 33” de segunda a sexta-feira. Além disso, falou Sting, Troncoso teria “bitcoins suficientes para adimplir com todos os compromissos e condenações; todos os ativos estão em carteiras de biticoins”.
Ainda de acordo com Sting, a “empresa de criptomoedas” que funcionava dentro de uma faculdade já fez acordo com 70% dos 450 investidores do negócio, disse. Segundo o acordo, os antigos clientes supostamente vão receber de volta os valores aportados em até 90 dias, com juro de 1%.
A empresa, segundo o advogado, teria uma dívida de R$ 5 milhões. O valor é contestado por advogados que moveram ações contra o “Projeto Rota 33”. Segundo eles, o montante seria de R$ 30 milhões.
Entenda o caso da “empresa de criptomoedas” que funcionava dentro da faculdade
Até novembro do ano passado, o “Projeto Rota 33” funcionava dentro da faculdade UniFroebel. Depois disso, passou a ter uma sede no centro da cidade de Catanduva.
O negócio oferecia pacotes de investimentos com promessa de lucro de 20% em cima do capital. Apesar disso, nunca teve autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para ofertar tal produto.
A empresa deixou de liberar saques para os investidores em outubro do ano passado. A justificativa dada na época foi uma fraude no sistema, supostamente cometida por dois sócios da empresa.
De acordo com o advogado do “Projeto Rota 33”, Troncoso é o único sócio que ainda está na cidade e quer resolver o problema dos antigos clientes.