A tradicional empresa Kodak, que possui mais de 130 anos desde sua fundação, anunciou novidades nos últimos dias. A Kodak havia tentado criar uma criptomoeda há 2 anos, mas pivota para novo setor em meio a pandemia do novo coronavírus.
De fato, a Kodak era dada como uma empresa “morta”, uma vez que decretou falência em 2012. No passado foi uma das maiores empresas do ramo de fotografia, mas com o tempo foi atropelada pela modernização das fotos digitais.
Essa semana o que chamou a atenção na Kodak foi uma valorização acima de 2700% do preço de suas ações. Cada ação da Kodak hoje (NYSE: KODK), vale U$ 29,83, tendo iniciado a semana cotada em U$ 2,62 cada.
Após plano fracassado de criptomoeda, Kodak pivota para setor de medicamentos, apoio de Donald Trump
No início de 2018, a Kodak já buscava um caminho diferente para continuar sua existência. Ao anunciar, naquele ano, o lançamento de sua criptomoeda própria, as ações da Kodak tiveram uma grande valorização no mercado.
Esse lançamento não chegou a ser um sucesso e nem salvar a empresa de sua falência, que foi anunciada em 2012. Há anos a empresa sofre sem um setor que lhe abriga, mas a indefinição parece ter chegado ao fim.
De acordo com a Bloomberg, a Kodak começa sua jornada no setor de medicamentos, em alta com a pandemia do novo coronavírus. Para ingressar no novo setor, totalmente diferente do que fazia há menos de 10 anos, a Kodak conseguiu um auxílio do governo de Donald Trump.
O auxílio, no valor de quase R$ 4 bilhões, é destinado para empresas que queiram atuar no setor de produção de medicamentos. Dessa forma, a Kodak pivota sua antiga ideia de lançar uma criptomoeda e mergulha na oportunidade de fabricar medicamentos genéricos nos EUA.
A Bloomberg citou que vários analistas receberam essa informação com ceticismo, e não enxergam que a Kodak seja a ideal para revigorar o setor farmacêutico. Isso porque, além do projeto fracassado de criptomoeda, a Kodak faliu no setor de fotografia e não teria conhecimento para produção de medicamentos.
Analistas da SVB Leerink escreveram que “Em particular, achamos intrigante o motivo pelo qual as empresas farmacêuticas genéricas que têm as capacidades e o know-how para isso ainda não receberam esses contratos“. Outros ainda disseram que a Kodak recer um auxílio como esse era inimaginável.
A Kodak será uma das que produzirá a hidroxicloroquina, remédio utilizado por Jair Bolsonaro no tratamento da COVID-19 recentemente. Além de Bolsonaro, o remédio é defendido pelo presidente dos EUA como potencial cura para a doença.
Desconfiança para alguns, lucro no bolso para outros, com ações da Kodak disparando
Sendo considerada uma das novas preferidas do setor de medicamentos dos EUA, a Kodak ganha um fôlego. Antes esquecida por traders de ações, no início da semana viu bombar a procura por um pedaço da empresa.
O recorde de volume foi visto na corretora Robinhood, que também negocia criptomoedas para usuários. O preço das ações da Kodak cresceram mais de 1000%, segundo a Bloomberg, recuperando o valor em mais de 2700%.
Por fim, apesar das desconfianças com o potencial da Kodak, a empresa deve gerar 300 vagas de emprego de início. Com aumento do desemprego nos EUA e menos remédio no mercado, esse reforço será acompanhado de perto por acionistas e pela população do estado de Nova York. Falta de apoio não deverá faltar, com Donald Trump tendo feito um pronunciamento sobre o caso na última terça-feira (28).
We have reached a historic deal with @Kodak to begin producing critical pharmaceutical ingredients right here in America! pic.twitter.com/BhK77FWuVJ
— The White House 45 Archived (@WhiteHouse45) July 28, 2020