Em uma cena que causaria inveja em roteiristas de filmes sobre crimes, a polícia de Hong Kong realizou uma operação contra os líderes da corretora de criptomoedas JPEX, fazendo quatro prisões significativas na sexta-feira (29).
O caso ganhou as manchetes porque um dos alvos da polícia foi encontrado ao lado de uma banheira cheia de documentos picados. Embora a cena possa parecer o triste resultado de um acidente, as autoridades pensam diferente.
O que era antes uma banheira inofensiva, lar de patinhos de borracha e ocasionais banhos de espuma, transformou-se em um poço de evidências que passaram por uma rigorosa “limpeza”. A polícia afirmou que o homem estava tentando destruir provas.
Corretora congela saques
A ação contra a JPEX ocorre poucos dias após a plataforma congelar saques para os clientes. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC) emitiu alertas contra a empresa.
Conforme noticiado pelo Livecoins, o escândalo da JPEX começou em 13 de setembro, quando a agência reguladora acusou a plataforma de operar no país sem licença e afirmou que ela tinha várias “características suspeitas”.
Na época, um influenciador famoso no país foi preso por promover a plataforma em suas redes sociais. Ele foi abordado enquanto estava em seu escritório e teve evidências apreendidas, incluindo um laptop, celular e dinheiro.
Enquanto isso, mais de 1000 reclamações de clientes foram registradas contra a empresa, com alegações de investidores perdendo R$ 171 milhões.
De acordo com a mídia local, cerca de R$ 580 mil reais em dinheiro vivo foram encontrados em um apartamento de um dos líderes da empresa, junto com documentos em vários estados de decomposição e, mais curiosamente, cartões de crédito falsos estampados com a logomarca “JPEX”.
Muitas das vítimas da corretora eram investidores novatos, atraídos por influenciadores e aulas de “investimento” que, em retrospecto, pareciam mais golpistas de criptomoedas.
Vale notar que, antes de congelar saques, a empresa anunciava suas criptomoedas em táxis da cidade prometendo que seus preços aumentariam 50 vezes, além de oferecer uma conta ‘poupança’ com um gigantesco retorno anual de З0%.
18 pessoas presas
A última ação das autoridades contra a JPEX elevou o total de detidos no caso para 18, todos residentes de Hong Kong. As autoridades também conseguiram apreender cerca de R$ 5.5 milhões em dinheiro e ouro, além de R$ 3 milhões em criptomoedas.
De acordo com a polícia, o prejuízo total estimado no escândalo ultrapassa a marca de R$ 950 milhões. As investigações continuam e as autoridades agora tentam encontrar a principal pessoa por trás da empresa.