A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da 2.ª Delegacia da PC-MG Leste, em Belo Horizonte, concluiu inquérito que apura o caso da Medina Bank, empresa apontada como um esquema de pirâmide financeira que estava sendo investigada há um ano.
De acordo com a delegada Monah Zein, uma denúncia anônima foi recebida em 22 de junho de 2020, no entanto, a investigação foi prejudicada pela empresa e seus advogados, que tentaram atrasar os trabalhos da polícia.
Em agosto daquele ano, uma comunicação foi feita ao poder público, com fortes elementos das atividades fraudulentas da Medina Bank. No mês de março de 2021, a Medina Bank teve seus principais líderes presos na operação batizada de Medina.
“Caso tinha muita solidez, por isso conseguimos prender os líderes”, afirmou delegada que investigou a Medina Bank
Uma pirâmide financeira gerenciada por uma família, na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, chegou ao fim. Pai, mãe, filho e nora, todos estavam envolvidos em um esquema que fraudou várias pessoas na cidade.
De acordo com as investigações da PC-MG, a Medina Bank criava uma burocracia para que seus clientes não retirassem os aportes com tanta facilidade. Dessa forma, os sócios atrasavam saques, o que acabou culminando em várias denúncias sobre o negócio.
“Tanto que tinha pessoas que ficavam ligando, eu não sei se chamo de clientes ou vítimas, para que as pessoas não retirassem o dinheiro, para que mantivessem o dinheiro lá para que ele fosse “reinvestido””, afirmou a delegada que concluiu as investigações.
A delegada Monah Zein lembrou que os piramideiros tinham uma estrutura para tentar convencer investidores a manter seus investimentos, como uma “bola de neve”. No entanto, esse elemento consta inclusive na lei de pirâmide financeira, lembrou a delegada, como uma forma de manter a prática de enganar as vítimas.
Além da prisão dos líderes da Medina Bank, foram apreendidos carros de luxo, computadores e vários documentos.
“Piramideiro se passou até por Jesus, ao ressuscitar de uma suposta morte por COVID-19”, observou delegada ao comentar sobre a persuasão do golpe
Durante a entrevista coletiva feita pela Polícia Civil, a delegada observou que um dos líderes da pirâmide se passou até por Jesus Cristo.
O homem que gravou um vídeo sobre isso e teve COVID-19 recentemente, alega que teria morrido e ressuscitado com a missão de enriquecer as pessoas.
Quando a prisão contra os líderes foi concluída, a delegacia chegou a registrar 400 BOs em um só dia. A delegada Monah afirmou que apenas desses investidores, a Medina Bank teria captado cerca de R$ 15 milhões.
Nas contas da empresa só foram encontrados R$ 6 mil, ou seja, ainda não há informações de onde a pirâmide escondeu o dinheiro.
A delegada acredita que a Medina Bank era uma associação criminosa, onde todos estavam cientes de suas condutas, inclusive parentes dos líderes que usufruíram do golpe, mas não participaram diretamente das atividades. Hoje, ninguém está preso, mas os líderes estão em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, afirmou a delegada.
“Após um mês e seis dias, a equipe conseguiu concluir as investigações. Foram 38 oitivas e análises de documentos angariados, que nos permitiu chegar à gênese da organização criminosa, às suas funções e demais pessoas que sabiam do esquema criminoso”, afirmou a delegada Monah, que acompanhou o caso.
No vídeo publicado no canal do YouTube da PC-MG os delegados comentaram a conclusão da primeira fase das investigações.