A maior plataforma de negociação de NFTs, a OpenSea, baniu IPs de artistas e colecionadores iranianos que tentam acessar seus serviços, uma nova medida de bloqueio no mercado.
Vale lembrar que a carteira MetaMask, custodial e supostamente descentralizada, limitou usuários da Venezuela de acessaram seu serviço, ou seja, impediu eles de acessarem suas criptomoedas.
E as novas medidas de plataformas e carteiras do setor estão chamando muito atenção após pressão de governos para que essas sigam as recomendações de sanções impostas. Os Estados Unidos, por exemplo, já anunciou sanções contra venezuelanos e iranianos no passado, além de russos.
Mas impedir qualquer pessoa de acessar o serviço apenas por morar no mesmo país que alvos de sanções é uma medida que chama atenção em um mercado que preza pela liberdade financeira.
Maior plataforma de NFTs, OpenSea bane artistas iranianos de negociar artes
Como o governo do Irã é inimigo dos Estados Unidos, eles são alvos frequentes de sanções impostas pelo governo. Desse modo, o Irã buscou refúgio no Bitcoin e até autorizou que empresas de mineração operem do país para criar moedas, pagando impostos para isso.
Contudo, uma nova escalada nas sanções entre os países alcança o mercado de criptomoedas.
Isso porque, um artista iraniano denunciou que tanto a OpenSea quanto a MetaMask estão banindo IPs de artistas iranianos, que sofrerão para manter seus trabalhos na comunidade e estão sendo boicotados.
“OpenSea e MetaMask: com nossa nova atualização, veremos uma grande discriminação para a comunidade NFT iraniana. #NFTSPACESHIP”
@opensea @MetaMask With our new update,we will see great discrimination for the Iranian #NFT community.Please cancel the decision you made to boycott Iran's IPs,Do not sacrifice ordinary people and the artist community for politiciansPlease sign all community this #NFTSPACESHIP pic.twitter.com/VV5OentGzl
— ₭𝟏𝐍𝐀𝐙𝐈𝐅𝐈.𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬𓄂𓆃 (@K1NAZIFI_ETH) March 3, 2022
E a denúncia acabou causando revolta em mais um artista NFT, que compartilhou as novas medidas anunciadas pela MetaMask e OpenSea, chamando isso de um caso claro de discriminação contra as pessoas do Irã, que podem nem ter relação com o governo.
Vale lembrar que carteiras de criptomoedas e plataformas de NFTs se unem ao que já acontecia com plataformas de corretoras centralizadas, impedidas de atender alguns países por conta de imposições. Com a invasão da Rússia na Ucrânia, essas imposições tem ficado mais duras envolvendo criptomoedas.
Em um artigo da VICE publicado na última quinta-feira (3), ficou claro que até a plataforma Infura tem banido usuários pela sua localização.
OpenSea lamentou o caso, mas disse que segue imposição de sanções
Em nota pública após a denúncia de bloqueios de usuários iranianos, a OpenSea disse ser uma empresa com sede nos Estados Unidos e que segue a risca a lei local. Dessa forma, manter contas de países na lista de sanções não era mais possível.
“Lamentamos sinceramente os artistas e criadores afetados, mas o OpenSea está sujeito a políticas rígidas em torno da lei de sanções. Somos uma empresa sediada nos EUA e cumprimos a lei de sanções dos EUA, o que significa que somos obrigados a impedir que pessoas em locais nas listas de sanções dos EUA usem o OpenSea”.
If anyone thinks this enforcement happened to their accounts in error, they can reach out to support@opensea.io
— OpenSea (@opensea) March 3, 2022
A plataforma pediu que artistas que tenham sido afetados de forma errada entrem em contato para explicar o problema.
Esses recentes bloqueios chamaram atenção, visto que são plataformas e carteiras supostamente descentralizadas, mas que agora banem usuários.