Com um crescente número de casos de furto de energia para minerar Bitcoin, saltando de 600 em 2018 para mais de 7.200 em 2021, a Malásia está buscando formas de solucionar este problema.
Como exemplo do tamanho deste desafio, a Comissão Anti-Corrupção da Malásia (MACC) informou nesta terça-feira (1) que encerrou 20 de 998 instalações de mineração, prendendo 18 pessoas e confiscando diversos bens dos criminosos.
Tentando conter o problema, a Tenaga Nasional Berhad (TNB), única empresa de energia da Malásia, sugeriu a implementação de uma tarifa especial para os mineradores. Desta forma, estima-se que os mesmos busquem trabalhar nos conformes.
1.157 equipamentos de mineração de Bitcoin apreendidos
A Comissão Anti-Corrupção da Malásia informou nesta terça-feira (1) que a operação chamada Ops Power encerrou 20 fazendas de mineração de Bitcoin. No total, 18 pessoas foram presas e 281.000 ringgits malaios (R$ 345.000) em espécie foram confiscados.
Tais fazendas estariam furtando energia elétrica para alimentar a atividade de mineração. Indo além, o portal de notícias Malaymail também informa que 1.157 equipamentos de mineração de Bitcoin (ASICs) foram apreendidos. Estima-se que eles valham 2,3 milhões de reais.
Somado a isso, a operação congelou o equivalente a R$ 5,5 milhões de 126 contas bancárias pertencentes tanto a pessoas físicas quanto jurídicas. Por fim, 25 mil dólares (R$ 128.000) em criptomoedas e 82 mil ringgits malaios (R$ 100.000) de carteiras eletrônicas, além de cinco automóveis também foram confiscados.
Entretanto, o trabalho das autoridades parece estar apenas no começo. Afinal, investigações apontam haver quase mil outras fazendas de mineração atuando ilegalmente no país.
Tarifas especiais para mineração
Com um crescente número de casos de furto de energia para mineração de Bitcoin, saltando de 610 em 2018 para 7.209 em 2021, a única empresa de energia do país, Tenaga Nasional Berhad (TNB), propôs uma alternação da tarifa para mineração na Malásia.
“Apresentamos nossas sugestões para incentivar os operadores de mineração de bitcoin a solicitar o fornecimento legal de eletricidade. Nós propusemos uma tarifa especial para esta atividade.”
As investigações apontam que a tática dos mineradores para furtar energia é bastante simples: eles subornam empregados da TNB, usando dinheiro em espécie ou criptomoedas, para que estes não os dedurem após inspeções de rotina.
No total, estima-se que os criminosos tenham gasto o equivalente a 3 milhões de reais nestes subornos. Um número bem pequeno quando comparado ao prejuízo da TNB, estimado em R$ 2,8 bilhões.
Recentemente um caso semelhante aconteceu no Brasil, porém em menor escala. A Polícia Civil apreendeu 106 equipamentos de mineração que estavam usando energia furtada no Rio Grande do Sul através da Operação Kryptos.