Martin Shkreli, conhecido como o executivo mais odiado do mundo, confirmou sua participação na criação da “Trumpcoin”, memecoin inspirada no ex-presidente americano, Donald Trump.
Preso em 2015 por “administrar sua empresa como um esquema Ponzi”, Martin ganhou o apelido de executivo mais odiado do mundo após elevar o preço de um remédio para pessoas com sistema imunológico frágil em 5.000%.
Em resumo, o empresário, então CEO da Turing Pharmaceuticals, adquiriu os direitos do Daraprim, usado para tratar toxoplasmose em pacientes com HIV e outras condições graves.
Ele então aumentou o preço do medicamento de US$ 13,50 para US$ 750 por comprimido. A ação foi amplamente condenada por médicos, pacientes e pelo público em geral como um exemplo flagrante de ganância.
Atualmente cumprindo liberdade condicional depois de cumprir uma pena de sete anos por fraude de valores mobiliários, o empresário tem se aventurado no mercado de criptomoedas e foi identificado como o criador da memecoin Trumpcoin.
Do mundo farmacêutico para as criptomoedas
O envolvimento de Shkreli com o token veio após uma investigação incentivada por uma recompensa de US$ 150.000 oferecida pela Arkham Research.
O token, que utiliza a blockchain Solana e é negociado sob o ticker DJT, ganhou destaque nos últimos dias e valorizou quando surgiram rumores que Donald Trump havia endossado a criptomoeda, que estaria sendo liderada por seu filho, Barron Trump.
O suposto endosso de Trump impulsionou o valor do token em 385% em apenas 24 horas, acumulando mais de US$ 360 milhões em volume de negociações.
A situação, no entanto, mudou nesta quinta-feira (20), quando surgiram relatórios ligando Shkreli ao projeto.
Inicialmente negando envolvimento, Shkreli posteriormente confirmou fazer parte da equipe de “várias pessoas” que desenvolveu o token, supostamente em nome de Barron Trump.
Shkreli afirma que não lucraria diretamente com o DJT, mas sim receberia uma porcentagem dos retornos de Barron. Isso levanta dúvidas sobre a legalidade de suas ações e se ele comprou o token com intenção de despejá-los no mercado.
Enquanto isso, diversas questões permanecem sem resposta, como o verdadeiro grau de envolvimento de Barron ou Donald Trump, além do apoio de influenciadores como Andrew Tate e Ansem.
Fuck it, we ball.
$150,000 to the first person to definitively prove the identity of the creator of $DJT.
Only on Arkham Intel. https://t.co/cngi98z9Wr https://t.co/5snKhSyfuh pic.twitter.com/lEA6rm3BCe
— Arkham (@ArkhamIntel) June 18, 2024
No Twitter/X, Shkreli disse que as chaves do contrato do token estão com “Trump” — apontando Barron Trump.
Capturas de tela compartilhadas pelo investigador ZachXBT mostram Shkreli alegando que ele tem mais de “1.000 evidências” que comprovam o envolvimento de Trump, de 18 anos, na criação da memecoin.
For those who are confused and need additional context.
Earlier today Arkham announced a $150K bounty for the identity of the DJT creator
11:49 pm UTC I reply to Arkham saying I submitted for the bounty
11:57 pm UTC Martin Shkreli panic DM’s me
12:27 am UTC Martin Shkreli… pic.twitter.com/pKCQDOo7AZ— ZachXBT (@zachxbt) June 19, 2024
Além disso, em um Spaces no Twitter, Shkreli afirmou que o ex-presidente dos EUA também aprovou o projeto e um total de 10 pessoas estiveram envolvidas em sua criação.
Ele também afirmou que Trump tem discutido a possível listagem da TrumpCoin com a exchange de criptomoedas Kraken, uma das maiores dos EUA.
Donald Trump ainda não se pronunciou sobre o assunto.
' @MartinShkreli noting @blknoiz06's involvement with $DJT 👀 pic.twitter.com/YmFwgCPozF
— macki (@_mackinac) June 19, 2024
Apesar da polêmica em torno da moeda meme, a Trumpcoin valorizou mais de 20% nas últimas 24 horas e está sendo negociado a US$ 0,012 no momento em que este artigo foi escrito.
O envolvimento de Shkreli também levantou questões sobre possíveis implicações para a campanha de Trump, que pode enfrentar uma investigação pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC).
No passado, Trump descreveu Shkreli como “um pirralho mimado”, e é incerto se a suposta associação com o empresário odiado mundialmente trará complicações para a campanha presidencial republicana.