A alta do Bitcoin mantém o mercado de altcoins animado e placas de vídeo voltam a ter procura no mundo inteiro.
Os mineradores de Bitcoin tiveram mais de 7 bilhões de reais de lucro em agosto deste ano, ultrapassando lucros de dezembro de 2017 e ficando atrás apenas do mês de março deste ano, onde lucraram cerca de R$ 9 bilhões.
A mineração da segunda maior criptomoeda, o Ethereum, também apresentou bons lucros aos mineradores em 2021.
Por ser uma moeda minerada através de placas de vídeo (GPU) ao invés de ASICs, países como o Brasil acabam adotando esta forma de mineração, uma vez que é mais fácil encontrar GPUs à venda do que ASICs, além de outras questões técnicas.
Nova demanda por equipamentos de mineração com GPUs causa corrida a lojas
O retorno do investimento na mineração depende do preço da criptomoeda minerada, da dificuldade, da recompensa e do preço da energia, além do investimento inicial.
Dificuldade é um termo usado para determinar a probabilidade de minerar um bloco. Este cálculo considera o hashrate total da rede. Atualmente, estamos no maior pico histórico e não há gráfico melhor para demonstrar a força deste setor.
Em entrevista ao VnExpress, Quang Thuan, dono de uma rede de lojas no Vietnã, revelou que a venda por ASICs e GPUs triplicou neste mês, quando comparado ao mês anterior.
Embora a queima de ETH, por conta do EIP-1559, esteja fazendo a recompensa de ETH por bloco cair, tal mudança ajudou o preço da moeda a passar os R$ 20.000,00 pela segunda vez na história.
Além disso, outro setor de atratividade é que o uso da Blockchain do Ethereum, nos setores de DeFi e NFT, distribui taxas generosas aos mineradores.
Os riscos
Todo investimento tem um risco, e este não é uma exceção.
As oscilações no preço do Ethereum e alto custo da energia no Brasil, por exemplo, são os maiores perigos. Porém, não são os únicos.
Sem levar as taxas em conta, caso o preço do Ethereum caia 50%, teoricamente, a receita do minerador também vai cair 50%.
Como o criptomercado é extremamente volátil, este é um cenário de risco a ser considerado antes de investir em mineração — mas, caso seja otimista e pense que o preço do Ethereum irá dobrar, talvez seja melhor comprar ETH do que minerar.
A atual crise no setor de energia em países como o Brasil também é preocupante
Quando falamos em mineração de criptomoedas no Brasil, o custo energético é o principal vilão, deixando outros países em vantagem.
Reservatórios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão sofrendo com a falta de chuvas. Atualmente, estas regiões representam 70% da geração de energia no país.
Com isso, uma taxa extra de 14,20 reais por cada 100 kWh foi implementada pelo governo para reduzir o consumo e tem vigência até abril de 2022.
Além destes dois pontos, também há a migração do Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), o chamado Ethereum 2.0, que acabará com a mineração da moeda através de placas de vídeo.
Apesar de todos os poréns citados e também de existirem outras moedas que possam ser mineradas, nenhuma delas chega perto dos retornos oferecidos pelo Ethereum, quando a mineração é feita via GPUs.