Mineradores de Bitcoin estão presos no Cazaquistão

Crise no país deixou estruturas de mineração locais sob pressão.

Com a crise instalada no Cazaquistão nos últimos dias, vários mineradores de Bitcoin estão presos no país. A crise no país começou nas últimas semanas por conta da inflação disparada, com preço de produtos como a gasolina sendo o estopim para um levante popular contra o governo local.

Várias manifestações acabaram sendo contidas com violência pelas autoridades, e a Rússia chegou a enviar tropas para o país vizinho para conter o movimento.

Como em 2021 a China baniu a mineração de Bitcoin, várias empresas haviam se mudado para o país vizinho. Ou seja, sem querer, eles se viram em problemas por mais um ano seguido.

Mineradores de Bitcoin no Cazaquistão estão “presos”

Com os problemas no Cazaquistão a internet do país acabou sendo cortada por alguns dias para conter as manifestações. Além disso, a energia do país está oscilando, sem uma entrega contínua para a população do frio país asiático.

Com todos esses problemas, segundo a Wired, os mineradores de Bitcoin que estavam com suas estruturas no país enfrentam problemas para continuar suas atividades de proteção da rede.

E neste ponto, muitos podem estar se questionando sobre o porque eles ainda continuam no país que vive tantos problemas assim, ao invés de se mudar do local.

Segundo conversa da reportagem com alguns mineradores, a questão é muito mais complexa do que se imagina, visto que se mudar de país tem uma logística muito complexa. Para instalar uma fazenda de mineração de Bitcoin é necessário um espaço adequado, energia, e o governo local não pode querer interferir no projeto.

Além disso, mesmo que os mineradores de Bitcoin no Cazaquistão quisessem se mudar, os incentivos para isso são poucos, visto que poucos países estão dispostos a receber suas estruturas. Outro ponto que pesa na saída é que a indústria de infraestrutura dessas instalações é diferente em cada país.

“Melhor esperar a poeira abaixar”

Caso os mineradores de Bitcoin quisessem sair do Cazaquistão para os Estados Unidos, por exemplo, demoraria 24 meses para construir uma estrutura do zero. Seria necessário investir em transformadores de energia, entre outros equipamentos que demoram entre seis e 12 meses para serem entregues.

Na viagem a outro país, a transporte poderia danificar equipamentos e causar ainda mais prejuízos, entre outras questões que podem dar dor de cabeça.

Dessa forma, os mineradores de Bitcoin do Cazaquistão estão praticamente presos no país, visto que não há uma porta de saída fácil do território nas condições atuais. Eles agora acompanham o noticiário político local e preferem “esperar para ver” o que vai acontecer, ao invés de simplesmente se mudar e arriscar não valer a pena.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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