O Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Jorge Mussi, se aposentou na última segunda-feira (19). Três dias antes, o agora ex-ministro revogou o pedido de prisão preventiva da esposa do Faraó dos bitcoins, a venezuelana Mirelis Zerpa.
Foragida do Brasil desde a Operação Kryptos em 2021, ela é suspeita de ser uma das cabeças do golpe perpetuado pela GAS Consultoria.
Possivelmente nos Estados Unidos, a venezuelana esposa do faraó, preso em Bangu 1, o ajudou durante os anos de golpe e segue procurada pela Polícia Federal.
Na última semana, clientes da GAS chegaram a protestar para pedir pela extradição de Mirelis ao Brasil, no Rio de Janeiro, segundo o portal RLagos.
A esperança de alguns investidores da pirâmide financeira sugere que a prisão da investigada ajudaria a esclarecer o golpe. Além disso, mais bens podem ser encontrados em sua posse, o que tende a impactar na devolução do dinheiro as vítimas da pirâmide.
Ministro do STJ decide que esposa do Faraó dos bitcoins não pode ser presa preventivamente e revoga decisão da Justiça Federal
O Livecoins teve acesso aquela que pode ser uma das últimas decisões do Ministro Jorge Mussi no STJ, envolvendo diretamente um caso de golpe com bitcoin que ocorreu no Brasil.
De acordo com a defesa da Mirelis Zerpa, ela não deveria ser presa, visto que ainda não se comprovou que ela é autora de crimes. No Tribunal Federal da 2.ª Região, ela não conseguiu sustentar sua versão dos fatos e teve negado seu pedido de habeas corpus.
Contudo, no STJ, ela voltou a apelar para que a justiça revogue o seu pedido de prisão preventiva, substituindo essa por “medidas cautelares menos gravosas”.
E em análise sobre o caso, Jorge Mussi concordou com a defesa de Mirelis, mandando revogar a prisão preventiva da esposa do Faraó dos bitcoins. Assim, mesmo com sua eventual chegada ao Brasil, ela não deve mais ser presa. Jorge Mussi mandou os tribunais de origem serem comunicados com urgência de sua decisão.
“Deste modo, é mister concluir que as circunstâncias do caso estão a indicar, excepcionalmente, a suficiência da imposição das medidas cautelares alternativas à prisão para alcançar os fins acautelatórios pretendidos. Diante disso, reconsidero a decisão de e-STJ fls. 280-286 para, não conhecendo dos habeas corpus, conceder a ordem de ofício, revogando a prisão preventiva imposta à paciente, substituindo-a por cautelares diversas, que deverão ser fixadas pelo Juízo de origem. Comunique-se, com urgência, o Tribunal de origem e o Juízo singular, encaminhando-lhes cópia do inteiro teor da presente decisão.”
Faraó dos bitcoins irá a juri popular por assassinato de “Rei do Pullback”, em 2023
Em uma decisão da justiça, ficou decidido que Glaidson Acácio dos Santos, irá a juri popular em 2023, em um tribunal da Região dos Lagos. Em casos de juri coletivo, quem condena ou não os suspeitos são os próprios jurados, pessoas sem formação jurídica.
Na região, ele é suspeito de cometer crimes de assassinato contra concorrentes. Um dos casos que o levou a prisão foi o assassinato de Wesley Pessano, o “Rei do Pullback”. Após acompanhar a rotina do trader por meses, os homens contratados por Glaidson efetuaram vários disparos contra o suspeito em São Pedro da Aldeia, que morreu na hora.
Desde então, ele segue investigado por crimes contra concorrentes. Nos últimos dias, por exemplo, acabou alvo de nova operação da Polícia Federal que prendeu mais suspeitos.