A China está desenvolvendo sua moeda digital desde 2014, segundo um dos arquitetos do projeto, a moeda digital chinesa poderá se integrar a rede Ethereum, tornando a divisa mais inteligente.
O tema das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) está tomando conta dos noticiários financeiros, com muitas iniciativas neste rumo. No Brasil, por exemplo, o BCB divulgou as diretrizes do real digital na última semana.
A principal diferença entre essas moedas com as criptomoedas, como o Bitcoin, é o emissor. Como uma entidade centralizada, os BCs emitem as moedas com lastro na confiança da população no sistema financeiro nacional.
Já moedas descentralizadas são emitidas pelo próprio algoritmo imutável, lastreado na criptografia dos sistemas. Ao que parece, ambas poderão se integrar em algum momento.
Moeda digital da China e Ethereum poderão se integrar, diz arquiteto do projeto Yuan Digital
De acordo com o site chinês 8BTC, no último final de semana, entre os dias 29 e 30 de maio, a China acompanhou a Conferência de Primavera 2021. O evento realizado em Pequim, acontece no âmbito do Intertional Finance Forum (IFF), discutindo assuntos como finanças verdes, fintechs, mercados globais e claro, criptomoedas.
Como a China é pioneira no estudo e lançamento de uma moeda digital emitida pelo banco central, o assunto foi discutido por um dos arquitetos da moeda.
Yao Qian trabalhou no projeto do Yuan Digital até 2018, quando saiu do Banco Central da China e foi trabalhar na Comissão de Valores Mobiliários do país.
Apesar de não ser mais um dos responsáveis pela execução do projeto, Yao afirma que acompanha de perto seu desenvolvimento. Para ele, a China foi rápida ao perceber o potencial das criptomoedas e evoluir as pesquisas sobre o assunto.
Dessa forma, o que chamou de opinião pessoal, Yao afirma que a moeda digital da China poderia se beneficiar da rede Ethereum, com uso dos chamados contratos inteligentes.
Essa integração tornaria o dinheiro mais ‘inteligente’, disse o arquiteto da moeda chinesa.
“Na minha opinião pessoal, a moeda digital não pode ser uma simples simulação de moeda física, e se as vantagens do “digital” forem usadas, a futura moeda digital certamente mudará para a moeda inteligente.
É claro que, no estágio inicial, também observamos alguns desastres de sistema causados por vulnerabilidades de segurança de contrato inteligente, indicando que a maturidade da tecnologia precisa ser aprimorada.
Portanto, a moeda digital do banco central deve começar com contratos inteligentes simples e expandir gradualmente seu potencial com base na consideração plena da segurança.”
Real digital também poderia recorrer ao dinheiro programável
Se a China já planeja integrar sua tecnologia com os contratos inteligentes, outro país que estuda essa solução é o Brasil. Nas diretrizes divulgadas pelo Bacen, ficou claro que o conhecimento atual da autoridade sobre o assunto já permite inovações de dinheiro programável e contratos inteligentes.
Ou seja, os bancos centrais planejam CBDCs com características já encontradas em criptomoedas, podendo no futuro integrar as tecnologias ou até construir suas próprias soluções.
Recentemente um analista afirmou que a moeda digital da China seria um exemplo para o Real digital. Como estudiosos chineses já projetam uma integração da Ethereum com sua moeda fiduciária, este seria outro ponto importante para que o Brasil também observe.