Michael Saylor, fundador da Strategy, não acredita que algum país terá capacidade de criar uma moeda para competir com o dólar ou com o Bitcoin.
Em conversa com a Coindesk, publicada nesta terça-feira (25), como exemplo, o bilionário citou que ninguém irá comprar uma moeda criada pelo Brasil.
No início desse trecho, Saylor aponta que o valor de mercado pode chegar a US$ 200 trilhões, sendo multiplicado em mais de 100 vezes nos próximos anos.
“O ponto que eu faço é que existem quatro metáforas diferentes, quatro formas diferentes de entender a rede Bitcoin.”
“Você pode entender o Bitcoin como capital digital. Ele é o ativo sem o emissor”, iniciou Saylor. “Se for capital digital, então ele crescerá para uma rede de mais de 200 trilhões ao longo do tempo.”
Neste exemplo, o bilionário aponta que os EUA podem eliminar sua dívida pública, hoje em US$ 36,6 trilhões, ao investir na criptomoeda.
Ninguém vai querer comprar uma moeda do Brasil, diz Saylor, mas sim Bitcoin
Seguindo, Saylor afirma que o Bitcoin também pode ser visto como uma propriedade digital que pode ser alugada para gerar receita, assim como um imóvel. Questionado sobre a possível criação de uma moeda pelo BRICS, o bilionário afirma que “todos que tentarem vão falhar contra o Bitcoin”.
“Há um país na África que pode lançar o próximo Bitcoin, que não irá colapsar em relação ao Bitcoin? Agora, pegue todos os países da América do Sul. O Brasil será capaz de lançar um ativo que você gostaria de acumular mais? Não.”
“Agora, pegue todos os países da Europa. O euro é a segunda maior moeda, a maior moeda depois do dólar, e 99% da demanda por moeda digital na Europa é pelo dólar”, continuou Saylor. “Então os europeus nem conseguem competir contra o dólar. Os russos serão capazes de lançar algo? Não. E os chineses? Não.”
Dentre os motivos, Saylor aponta que ninguém quer possuir nada na China porque há uma lei que limita a saída de capital do país. Caso a China retirasse esse controle, todo capital fugiria.
“Haverá disputas geopolíticas, mas o Bitcoin já é o vencedor.”
“Ele alcançou a velocidade de escape, e se o governo dos EUA começar a adquiri-lo de forma agressiva, não só serão beneficiários, mas forçarão todos os outros países do mundo a adotar o Bitcoin como o capital global”, continuou Saylor.
“Na verdade, o que realmente acontecerá é que os japoneses, os canadenses, os mexicanos, os brasileiros, todos os africanos, todos os europeus começarão inevitavelmente a converter seu capital físico e financeiro em capital digital na rede Bitcoin.”
Michael Saylor acredita que Bitcoin pode ser visto como um sistema de defesa digital
A terceira metáfora aponta que o Bitcoin pode ser visto como uma “rede de energia digital”. Na sua visão, esse é um mercado de US$ 100 trilhões que ninguém quer ficar de fora, incluindo inteligências artificiais.
Finalizando, o bilionário acredita que o Bitcoin é um “sistema de defesa digital”. Ou seja, algo que não pode ser corrompido, censurado e hackeado.
Em outros trechos, Saylor fala sobre sua vida pessoal e a intenção de queimar todos os seus bitcoins. Segundo o executivo, essa seria uma maneira de fortalecer aqueles que acreditam nos mesmo valores que ele.
A entrevista completa pode ser assistida no vídeo abaixo.