O Brasil poderá ver uma nova bolsa de valores sendo instalada no país em breve, segundo rumores. A iniciativa, que estaria sendo conduzida pelo Banco Maré, espera ajudar negócios de impacto social e conta com apoio de um consórcio blockchain internacional.
O mercado de bolsa de valores é um ambiente em que empresas se relacionam com pessoas na oferta de títulos. Dessa forma, uma pessoa (ou empresa), pode investir em algum negócio que acredita ser bom para a sociedade, em processo chamado de IPO (Oferta de Ações Inicial).
Contudo, aqueles que perdem o IPO de um negócio, ainda podem ter interesse em adquirir ações de uma empresa. Estando essas listadas em bolsas, é possível a troca de titulares, em negociações dentro de plataformas, comum hoje em dia.
Na B3, por exemplo, existem ações de grandes empresas no Brasil, como Petrobras, Vale, Itaú, entre outras. Na nova bolsa, apenas empresas pequenas e de cunho social seriam listadas.
[BVM]12, nova bolsa de valores pode chegar em setembro no Brasil
O Banco Maré é uma fintech de cunho social, com sede no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Entre as inovações, o banco possuí uma moeda digital, chamada Palafita, que pode ser utilizada para pagamentos dentro da comunidade.
O Banco Maré ainda oferece para a população local um aplicativo bancário e um cartão de crédito pré-pago. A iniciativa certamente tem ajudado nos últimos anos a promover uma maior inclusão às finanças no Complexo do Alemão, região de alta densidade populacional na capital do Rio de Janeiro.
De acordo com uma reportagem do Valor Investe, a fintech está preparando um movimento ainda mais ousado. Em conversas com a CVM, o Banco Mará pretende criar uma bolsa de valores nova no Brasil.
Batizada de [BVM]12, ou Bolsa de Valores do Maré, a iniciativa pretende listar empresas startups e fintechs. As empresas listadas na nova bolsa deverão ter como foco o impacto social em regiões vulneráveis.
Segundo apuração do Valor Investe, o Banco Maré já está há pelo menos um ano em contato com a CVM. A fintech espera que em setembro de 2020, consiga lançar sua bolsa de valores, que une inovação em prol das pessoas de baixa renda.
Bolsa espera ser regulamentada via sandbox, com regras mais simples para não sufocar inovação
A nova bolsa espera sair do papel em breve, e já conta com parceiros de peso para a jornada. Um deles é o consórcio blockchain R3, que é parceiro do Banco Maré no lançamento da [BVM]12, entre outros. A iniciativa ainda busca mais parceiros, apontou a reportagem do Valor Investe.
A iniciativa é tão promissora que aplicativos famosos, como PicPay e o Grão, possam oferecer a nova bolsa dentro de suas plataformas. Ou seja, o alcance da novidade pode ser gigante, e o Banco Maré estima que em um ano, já tenha pelo menos 150 mil investidores cadastrados.
Até o momento, pelo menos 13 startups de impacto social no Brasil já demostram interesse em listar suas ações na nova bolsa de valores. Além disso, oito startups estrangeiras já deixaram claro que emitiriam ações na nova bolsa, de países como Índia e do continente africano.
Com a parceria com a R3, a Bolsa de Valores do Maré coloca na mão dos investidores não ações, como na B3, mas tokens digitais. Dessa forma, com uso da tecnologia blockchain, a nova bolsa utilizaria o que há de mais moderno nas finanças dos últimos anos.
Para comprar ações na nova bolsa, contudo, os investidores terão que comprar a moeda Palafita do Banco Maré, regulamentada pelo Banco Central do Brasil. A iniciativa tem se inspirado na bolsa norte-americana Robinhood, que não cobra taxa dos traders, e espera atrair jovens, inclusive de baixa renda.
Em 2019, o Banco Maré participou de uma iniciativa junto ao Banco Mundial para capacitar jovens na tecnologia blockchain. A fintech se mostra antenada ao mercado, e caso se confirme, lançará uma nova bolsa importante para impactar o social no Brasil.