Desde o ano passado uma nova geração de cartões de crédito começou a aparecer no mercado, eles essencialmente substituem recompensas como milhas aéreas ou programas de pontos por um dos ativos de melhor desempenho da última década, o Bitcoin.
Nos Estados Unidos, várias fintechs estão planejando lançar ainda este ano cartões de crédito que oferecem cashback em Bitcoin. Aqui no Brasil, para a sorte daqueles que acompanham o mercado, já existem a Alter e o Zro Bank.
A vantagem de ter um cartão do tipo é que os usuários podem ‘investir’ passivamente no ativo que valorizou 400% no ano passado e já dobrou de valor em 2021.
Com o cartão da Alter, os usuários recebem de volta de 0,5% a 1% em Bitcoin por compras acima de R$ 10,00. No Zro Bank o valor é de 0,5%.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos existem mais opções, sendo a maioria oferecida por corretoras de criptomoedas, como a Gemini e a Binance. Mas o mercado está crescendo e novas empresas estão surgindo para tentar abocanhar uma fatia do mercado.
A vantagem de receber Bitcoin depende, claro, do desempenho da moeda digital daqui para frente, então o cartão deve atrair aqueles que acreditam que o futuro do dinheiro está nas criptomoedas.
“Eu poderia ganhar R$ 100 em dinheiro de volta ou R$ 100 em Bitcoin, o que daqui a 10 anos poderia realmente pagar por aquela compra original que fiz”, disse Thomas Harrison, que está desenvolvendo o cartão de crédito da Gemini.
A Gemini ainda não anunciou os detalhes ou a data exata de lançamento de seu cartão, mas Harrison disse que os clientes poderão ganhar até 3% em Bitcoin pelas compras.
A nova geração de empresas de cartão de crédito, todas com experiência em outros aspectos da criptoeconomia, vê as recompensas em Bitcoin como uma forma de atrair mais pessoas para o mercado.
“Minha visão é provar que o Bitcoin é uma recompensa melhor e fundamentalmente mais valiosa do que qualquer outra coisa no mercado”, disse o CEO da Fold, uma das maiores startups do setor nos EUA. “Cada programa de recompensas que deseja continuar relevante oferecerá Bitcoin como uma opção para as pessoas.”
A crise sanitária atual fez a procura pelo cartão Fold aumentar, já que as pessoas não estão viajando e há poucos motivos para acumular milhas aéreas ou pontos de hotéis.
“Acho que muitas pessoas veem a milhagem e pontos como algo bastante antiquado”, disse Nic Carter, sócio fundador da Castle Island Ventures, empresa que planeja lançar um cartão apoiado pela Visa ainda este ano. “Se você não é uma pessoa que viaja muito, as recompensas de cartão de crédito não fazem muito sentido para você.”
Ele acrescenta que o Bitcoin é uma opção mais atraente e democrática do que as as milhas aéreas, especialmente para a geração do milênio.
Ganhar Bitcoin?
Apesar de que o fato de ter um cartão de crédito que dê recompensas em Bitcoin sugira que as pessoas vão gastar os bitcoins para comprar coisas, a startup acredita que a adoção dos cartões, na verdade, sinaliza uma mudança de pensamento em relação as criptomoedas.
“Acho que mostra o Bitcoin mais como um ativo de poupança, que é a maneira apropriada de tratá-lo”, disse Carter.
As startups americanas que estão entrando no setor acreditam que os cartões eliminam barreiras das pessoas que querem conhecer o Bitcoin.
“Há muitas pessoas por aí que têm Bitcoin, mas há uma tonelada de pessoas que estão curiosas sobre ele, mas simplesmente não sabem como comprar”, disse o CEO da Fold.
A Fold, que é apoiado pela Visa, tem atualmente 10 mil cientes usando seu cartão de débito que foi dado em um programa de acesso antecipado. Outros 200 mil estão em lista de espera e devem receber os cartões em abril deste ano.
E se o Bitcoin desabar? Harrison, da Fold, disse que os usuários já estão preparados pra isso.
“É essa volatilidade. É essa ação do preço que leva as pessoas a comprar mais criptomoedas”, disse ele. “Esperamos ver mais transações em nossos cartões do que você vê com a maioria dos cartões no mercado, porque existe aquela vantagem financeira, que simplesmente não existe no mercado hoje.”