A Receita Federal do Brasil (RFB) divulgou número atualizados sobre investidores de criptomoedas nesta terça-feira (26). Segundo o comunicado, julho foi o mês com o maior número de declarações ligadas a Instrução Normativa 1.888.
No total, mais de 4,1 milhões de pessoas físicas (CPFs) declararam investimentos em criptomoedas. O número também é um recorde para as pessoas jurídicas (CNPJs), ultrapassando as 92.100 declarações.
Sendo assim, o número de CPFs é cerca de 2,6 vezes maior que de setembro de 2022, quando a métrica chegou a 1,58 milhões e foi a maior do ano. Em relação ao relatório anterior, ligado a junho, o Brasil teve um aumento de 900 mil CPFs declarantes.
Dados de 2020 apontam que existem 223,8 milhões de CPFs no Brasil. Portanto, cerca de 1,85% dos brasileiros são investidores de criptomoedas que declaram seus investimentos em tais ativos.
Mercado de criptomoedas segue dominado por homens
Segundo os novos dados da Receita Federal Brasileira, 84,5% das operações com criptomoedas foram feitas por homens e apenas 15,5% por mulheres em junho. Em termos de valores negociados, os homens também dominam, ficando com 83,7% do mercado.
O período no qual as mulheres tiveram maior participação ocorreu entre setembro de 2022 e março de 2023. Em dezembro de 2022, por exemplo, elas foram responsáveis por 27,1% das operações totais, representando 16,9% do valor das mesmas.
Para Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin (MB), o aumento de investidores em criptomoedas se deve, em primeiro lugar, à inclusão de criptoativos por plataformas não nativas como bancos, fintechs e corretoras, que oferecem a seus clientes acesso a criptomoedas populares, atraindo muitos usuários.
Em segundo lugar, a disponibilidade de outros ativos, como os tokenizados, que permitem que diferentes perfis de clientes, incluindo aqueles interessados em renda fixa, sejam atraídos para a criptoeconomia, buscando melhores retornos do que os oferecidos pela renda fixa tradicional.
As criptomoedas mais negociadas pelos brasileiros em 2023
Em outro trecho do relatório, a Receita Federal do Brasil também compartilhou dados que revelam quais são as criptomoedas favoritas dos brasileiros. Para surpresa de muitos, o Bitcoin ficou longe do primeiro colocado.
No topo da lista aparece a stablecoin Tether (USDT) com um volume de negociação de R$ 109,8 bilhões. Na segunda posição aparece o Bitcoin (BTC), maior criptomoeda do mercado, com um volume de R$ 7,6 bilhões, seguido de perto pela stablecoin USD Coin (USDC) e seus R$ 5,1 bilhões.
A força dessas stablecoins está relacionada à maneira pela qual o mercado funciona. Geralmente essas moedas são usadas como contraparte nas negociações, mas também podem ser usadas para obter exposição ao dólar americano.
A lista das 20 criptomoedas mais negociadas por brasileiros até o momento em 2023 é a seguinte:
- Tether (USDT) — R$ 109,8 bilhões em volume
- Bitcoin (BTC) — R$ 7,6 bilhões em volume
- USD Coin (USDC) — R$ 5,1 bilhões em volume
- Brazilian Digital Token (BRZ) — R$ 2,6 bilhões em volume
- Ethereum (ETH) — R$ 1,6 bilhões em volume
- Cardano (ADA) — R$ 1,6 bilhões em volume
- Polygon (MATIC) — R$ 300,9 milhões em volume
- Ripple (XRP) — R$ 230,2 milhões em volume
- Binance USD (BUSD) — R$ 217,4 milhões em volume
- Solana (SOL) — R$ 154,6 milhões em volume
- Litecoin (LTC) — R$ 150,5 milhões em volume
- Bitcoin Gold (BTG) — R$ 111,9 milhões em volume
- Cardano (ADA) — R$ 98,3 milhões em volume
- Chainlink (LINK) — R$ 75,4 milhões em volume
- Chiliz (CHZ) — R$ 68,3 milhões em volume
- Bitcoin Cash (BCH) — R$ 56,5 milhões em volume
- Uniswap (UNI) — R$ 53,1 milhões em volume
- WiBX (WBX) — R$ 49 milhões em volume
- Dogecoin (DOGE) — R$ 47,6 milhões em volume
- Pax Dollar (USDP) — R$ 38 milhões em volume
Dados do mercado brasileiro em tempo real, sem ligação com declarações, podem ser acompanhadas através do MercadoCripto.
Por fim, os números mostram que os brasileiros estão mais interessados nas criptomoedas do que durante o pico de 2021, onde o Bitcoin chegou aos US$ 69.000. O motivo pode estar ligado a alta de 100% que o Bitcoin teve entre novembro de 2022 e abril deste ano, recuperando-se de uma de suas maiores quedas.