Ontem, por volta das 16h, os perfis do Twitter de dezenas de empresários e políticos – como Barack Obama, Elon Musk e Bill Gates – foram alvo de um ataque hacker.
Nas contas deles, os golpistas publicaram mensagens pedindo bitcoins. Como resultado, em menos de um dia 12.8 bitcoins foram arrecadados, o que equivale a cerca de R$ 615 mil.
O CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou na noite da quarta-feira (15) que abriu uma investigação interna para entender o que ocorreu. Autoridades norte-americanas, segundo o The New York Times, também analisam caso.
Veja o que se sabe até agora sobre o ataque hacker no Twitter
O Twitter informou ontem, em uma série de posts publicados na rede social, que os hackers podem ter usado engenharia social para atacar funcionários da empresa e ter acesso ao sistema.
“Detectamos o que acreditamos ser um ataque coordenado de engenharia social que teve como alvo nossos funcionários com acesso a sistemas e ferramentas internas”, informou a empresa.
Engenharia social, segundo o CGI (Comitê Gestor da Internet do Brasil), é um método de ataque em que alguém faz uso da persuasão para obter informações privilegiadas de outras pessoas com acessos privilegiados.
Twitter removeu tweets e bloqueou contas
Logo depois do ataque hacker, o Twitter infomou que removeu os tweets postados nos perfis. Além disso, também bloqueou as contas invadidos. Posteriomente, os acessos foram devolvidos.
A empresa também limitou as funcionalidades dos perfis. De acordo com a empresa, a ação “foi um passo importante para reduzir o risco” enquanto novas investigações são feitas.
Ataque hacker no Twitter gerou prejuízo de R$ 615 mil
Segundo dados da Blockchain, quase 400 transações foram feitas em menos de 24 horas. No total, os hackers conseguiram arrecadar 12.8 bitcoins, o que dá cerca de R$ 615 mil.
Além de políticos e empresários, contas de corretoras de criptomoedas, como Ripple, Binance e Coinbase também foram alvo dos hackers.
Nos perfis de políticos e empresários, os golpistas publicaram mensagens pedindo bitcoins. “Estou me sentindo generoso por causa do Covid-19. Eu dobrarei qualquer pagamento em BTC enviado para meu endereço na próxima hora”, escreveram.
Já nos perfis das exchanges, o golpe envolvia uma suposta doação de 5 mil bitcoins.
Autoridades desconfiaram da Coreia do Norte e da Rússia
Primeiramente, autoridades dos Estados Unidos, segundo o The New York Times, desconfiram que o ataque pudesse ter partido da Coreia do Norte. O país é conhecido por usar exércitos hacker para roubar criptomoedas.
Entretanto, como o ataque foi um tanto quanto “amador”, segundo disse uma fonte da inteligência americana ao jornal, a possibilidade logo foi descartada.
Rússia, Irá e China também entraram na lista de suspeitas, mas também foram desconsideradas. Se um desses países fosse realmente o responsável, segundo uma fonte ouvida pelo jornal norte-americano, o ataque hacker teria sido focado no mercado de ações ou talvez na emissão de pronunciamentos politicos.
Golpes com celebridades são comuns no mercado de criptomoedas
Usar famosos como isca para aplicar golpes associados a criptomoedas é comum no mercado. Golpistas costumam criar páginas falsas e utilizar imagens de celebridades para atrair vítimas.
Fotos da modelo brasileira Alessandra Ambrósio, por exemplo, foram usadas recentemente pela Bitcoin Loophole, empresa que afirma ter um software de negociação de criptomoedas, mas que na verdade não passa de fraude.
O apresentador da Globo, Tiago Leifert, também foi associado a um golpe.