Países que não implementarem soluções anti-lavagem de dinheiro relacionadas as criptomoedas poderão entrar na chamada “lista cinza” do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), apontam fontes da Al Jazeera.
No momento existem mais de 20 países nesta lista, incluindo Gibraltar, Panamá e Emirados Árabes Únidos, mas nenhum deles por conta das criptomoedas.
No geral, as citações são bem parecidas, todas acusando tais governos de se comprometerem com regimes anti-terrorismo e lavagem de dinheiro, mas falhando em executá-los.
Regime global para as criptomoedas
Conforme as criptomoedas possuem uma natureza descentralizada, muitas empresas buscam países com melhores condições para se estabelecerem. No ano passado, por exemplo, a corretora FTX saiu de Hong Kong e foi para as Bahamas.
Entretanto, o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) pode estar querendo acabar com esta festa. Segundo fontes da Al Jazeera, países que não cumprirem medidas para cercar a indústria de criptomoedas poderão entrar em sua “lista cinza”.
“Quando o GAFI coloca uma jurisdição sob maior monitoramento, isso significa que o país se comprometeu a resolver rapidamente as deficiências estratégicas identificadas dentro dos prazos acordados”, aponta o site do GAFI.
Em outras palavras, o grupo internacional monitorará de perto tais países, colocando-os junto a outros que estão nesta lista por não colaborarem com o esforço contra lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Uma das fontes apontou que os países não serão movidos diretamente para esta lista, mas que isso afetará a classificação de imediato. Portanto, podemos esperar que este seja um grande esforço para globalizar a regulamentação das criptomoedas.
Por enquanto, cada um faz o que quer
Enquanto a China baniu o Bitcoin, El Salvador o adotou como moeda legal. Entretanto, no meio destes dois polos há muito mais sendo discutido, principalmente pelo grande número de criptomoedas e diferentes aplicações.
Portanto, a suposta proposta do GAFI, grupo criado pelo G7 em 1989, promete ser uma primeira tentativa para criar uma regulamentação global sobre este novo mercado.
Além disso, o G20 também está de olho na indústria, principalmente sobre as stablecoins já que muitos acreditam que elas possam ter uma maior adoção que criptomoedas descentralizadas.
Por fim, tudo indica que veremos uma regulamentação uniforme, com poucos países tendo coragem de tomar uma atitude diferente do recomendado pelos países mais poderosos do mundo.