Os efeitos negativos da pandemia do coronavírus na economia brasileira já podem ser vistos em números oficiais.
Na manhã desta sexta-feira (29), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos quatro meses de 2019.
É a pior retração desde o segundo trimestre de 2015. Naquele ano, o país estava no meio de uma “recessão técnica”, que ocorre quando a economia cai por dois trimestres consecutivos.
Setor de serviços foi o principal responsável pela retração
Indústria (-1,4%) e Serviços (-1,6%) foram os setores que registaram maior recuo no primeiro trimestre de 2020. O único segmento que apresentou crescimento foi o da agropecuária (0,6%), que é o mais beneficiado pela alta do dólar.
De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a queda dos serviços teve maior peso na retração da economia brasileira, pois o setor representa 74% do PIB nacional.
“Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academia, alojamento, alimentação sofreram bastante com o isolamento social”, disse Rebeca.
Nos serviços, a queda foi puxada por Outros serviços (-4,6%), Transporte, armazenagem e correio (-2,4%), Informação e comunicação (-1,9%), Comércio (-0,8%), Administração, saúde e educação pública (-0,5%), Intermediação financeira e seguros (-0,1%). A única variação positiva foi registrada no setor de Atividades imobiliárias (0,4%).
Setor extrativo e construção civil lideraram queda no setor industrial
Na Indústria, o setor extrativo (-3,2%) foi o que mais recuou, seguido por construção (-2,4%), indústrias de transformação (-1,4%) e atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos (-0,1%).
Além da indústria, a despesa de consumo das famílias brasileiras (-2%) e as exportações de bens e serviços (-0,9%) também tiveram queda por causa da pandemia do coronavírus.