Um estudo realizado pela Federação das Câmaras de Comércio e Indústria do Paquistão (FPCCI) revelou que paquistaneses possuem US$ 20 bilhões em criptomoedas. Esse montante ultrapassa a própria reserva internacional do país, avaliada em 18 bilhões de dólares.
Isso nos remete novamente ao uso do Bitcoin como parte de reservas internacionais por países, assim como El Salvador está fazendo. Afinal, a cada nova impressão de dólar, por exemplo, todos os países que possuem USD estão perdendo poder de compra.
Por fim, o relatório do FPCCI é uma recomendação de como o Paquistão deve agir em relação as criptomoedas, ainda não reguladas no país. Como exemplo, o documento cita os EUA, China e Índia, cada um deles com um pensamento diferente.
Mais criptos com a população, menos moedas fiduciárias em reserva internacional
O último relatório do Banco Central do Paquistão (SBP), publicado no dia 17 de dezembro de 2021, aponta que o Banco possui 18 bilhões de dólares em reservas internacionais. Ou seja, em outras moedas como Dólar e Euro.
Já o relatório da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria do Paquistão (FPCCI) mostra que os paquistaneses possuem US$ 20 bilhões em criptomoedas. Isso mostra o tamanho da procura por criptomoedas em relação a moedas fiduciárias.
A Rúpia paquistanesa (PKR) já perdeu mais de 45% de seu valor em relação ao dólar (USD) desde seu nascimento em 2013. Desde janeiro de 2021, a queda é de 9,73%. Já o Bitcoin (BTC) está com ganhos de 64% em relação ao USD no mesmo período.
Embora já esteja sendo usado como reserva de valor por muitas pessoas e até mesmo grandes empresas como Tesla e MicroStrategy, por enquanto El Salvador é o único país com reservas em Bitcoin. Apesar disso, é possível imaginar a moeda digital sendo usado por outros países.
Paquistão quer regular o mercado de criptos
O ponto mais forte do documento emitido pela FPCCI é expor a necessidade de regular o criptomercado. Afinal, 20 bilhões de dólares em criptomoedas são um grande montante para um país de 221 milhões de habitantes.
Como exemplo de países a serem seguidos, o relatório aponta a postura de três outros países em relação as criptomoedas. Dentre eles estão a China e a Índia, os dos países mais populosos do mundo, e também os EUA, potência mundial que está mais aberta às criptos.
A tabela mostra as diferenças entre estes países e também aponta como anda o processo de criação de suas CBDCs. Enquanto a China proibiu a negociação e mineração de criptomoedas, os EUA permitem às duas atividades, já a Índia e o Paquistão estão no meio do caminho, mesmo sendo dois países entre os três com maior adoção das criptomoedas.
Sobre as moedas digitais de bancos centrais, CBDCs, Paquistão e EUA ainda não estão tão motivados a lança-las. Já a China e a Índia estão em estágios mais avançados na digitalização de suas moedas.
Por fim, o relatório recomenda que o Paquistão siga os conselhos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF).
Separado em três fases, o documento cita um esquema de declaração de criptomoedas (para recolher impostos), ampliação da estrutura legislativa para abordar as criptomoedas, a criação de uma exchange, o lançamento de ETFs e, por fim, o monitoramento e vigilância de transações, assim como restrições de controle de capital e o não reconhecimento de criptomoedas como moeda legal.