A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (5) a Operação Lanterna Verde, que derrubou uma pirâmide de bitcoin do Brasil, que atuava em outros 17 países.
Com uma operação internacional, a pirâmide suspeita captava depósitos em bitcoin e prometia grandes retornos mensais para suas vítimas.
Ao receber os valores dos investidores, a empresa afirmava que mantinha uma operação de mineração de esmeraldas.
O nome da empresa alvo da operação e seus líderes não foram divulgados pela Polícia Federal.
PF deflagra Operação Lanterna Verde contra pirâmide de bitcoin
De acordo com informações da PF em Itajaí, em Santa Catarina, a Operação Lanterna Verde visou desarticular uma organização criminosa com base em Balneário Camboriú (SC).
Suas operações ocorriam por meio de falsa empresa que simulava atuar na atividade de extração de esmeraldas.
A organização captava investimentos em vários países, através de depósitos em Bitcoin, com promessa de altos lucros, mas nunca os valores foram creditados aos investidores. O prejuízo estimado é de 100 milhões de dólares.
Na ação, equipes da PF dão cumprimento a três mandados de prisão preventiva e a 11 mandados de busca e apreensão nos municípios catarinenses de Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Ilhota e nas cidades de Farroupilha/RS e Paraíso do Tocantins/TO. As medidas judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Itajaí/SC e incluem também o bloqueio e o sequestro de bens dos investigados.
Famosos participavam de eventos da empresa e ajudavam na captação
A investigação revelou os líderes do esquema utilizavam vídeos mostrando falsas funcionalidades da empresa, que incluía bancos digitais próprios.
Para promover uma maior credibilidade ao falso investimento, a organização criminosa convidava pessoas em destaque na mídia para viajarem ao Brasil, onde participavam de eventos, recebiam valiosos prêmios e lhes eram apresentadas supostas áreas de mineração e lapidação de pedras preciosas.
Até o momento, foram identificadas cerca de 2.500 vítimas diretas, de pelo menos 18 países, principalmente das Américas do Sul e Central, incluindo o Brasil. No total, a estimativa é que cerca de 25 mil pessoas tenham sido lesadas pelo esquema fraudulento.
Além das três pessoas presas, outras cinco foram indiciadas por associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra o sistema financeiro nacional e a economia popular. As penas culminadas por tais crimes podem chegar à condenação máxima de reclusão em nosso País, ou seja, 30 anos.
A PF informa que disponibilizou um canal de denúncias sobre o caso por meio do seguinte e-mail: denunciapiramides.iji@pf.gov.br.
As três prisões ocorreram no Estado de Santa Catarina, 2 em Balneário Camboriú e 1 em Itapema. Já os 11 mandados de busca e apreensão ocorreram em SC, RS e TO.