Nesta quinta-feira (28) a Polícia Civil de Santa Catarina concluiu a “Operação Pedra Angular”, uma investigação com foco na atuação de uma pirâmide financeira que atuava em Santa Catarina. De acordo com nota da Polícia Civil, sete pessoas ligadas à pirâmide Unii Trading, presas ainda em 2019, foram indiciadas após a conclusão da operação.
A operação teve como principal alvo a Unii Trading, que atuava na região do Alto Vale e em cidades do litoral catarinense, mais especificamente Taió, Pouso Redondo, Rio do Sul, Ituporanga, Blumenau, Jaraguá do Sul, Itajaí e Balneário Camboriú. A principal promessa da Unii Trading era a de lucros exorbitantes, prometendo investir de forma inteligente no mercado de opções binárias.
Os setes envolvidos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e crime contra a economia popular.
De acordo com o relatório da conclusão da investigação, o esquema, que se configura como um pirâmide financeira, teve inicio na cidade de Pouso Redondo no começo de 2019, antes de se expandir para outras cidades.
Ainda em 2019 a ação da Polícia Civil contra a Unii Trading chegou a cumprir 12 mandados de prisão, incluindo os sete envolvidos indiciados nesta semana.
As opções binárias são uma forma de investimento que aposta em movimentações do mercado. É um sistema relativamente complicado e que exige bastante estudo e que não é necessariamente ilegal. O fato é que, aqui no Brasil, a CVM não permite a atuação de empresas nesse mercado, principalmente oferecendo esses investimentos para clientes.
Até mesmo nomes conhecidos, como a IQ Option são proibidas de captar clientes no Brasil. Mas, enquanto atuar no mercado sem autorização da CVM já deveria ser algo grave, a Unii ia um passo além, e usava o dinheiro arrecadado para alimentar o esquema ponzi.
A Polícia Civil afirmou que a Unii prometia rendimentos de até 480% com a promessa de usar o dinheiro dos clientes em operações com opções binárias. Mas como aponta o inquérito, estas supostas operações com opções binárias nunca existiram.
O valor arrecado era utilizado para pagar investidores mais antigos, mantendo a pirâmide por um curto período, sempre sendo sustentado pela base.
Estima-se que a Unii Trading tenha movimentado cerca de R$ 70 milhões durante o seu ano de atuação, tendo mais de 1.700 clientes. Durante as investigações cerca de 200 pessoas procuraram a Polícia Civil e se identificaram com vítimas do esquema.
Como parte do procedimento judiciário, os indiciados tiveram o sigilo bancário de suas contas afastados pelo poder Judiciário, além disso, vários bens foram bloqueados e apreendidos para futura liquidação em leilões para ressarcimento das vítimas.
Foram apreendidos carros de luxo, diversos terrenos e imóveis. Ao todo, o valor dos bens bloqueados pela justiça chega a R$ 1 milhão, menos de 1,5% do valor supostamente movimentado pela Unii.
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