Leidimar Lopes da Unick diz não ter dinheiro para advogado e ganha defensor público

Empresa, encerrada pela Polícia Federal, teria levado R$ 28 bilhões de clientes.

A Unick Forex, que depois virou “Academy”, lesou milhares de brasileiros com um esquema de pirâmide financeira com Bitcoin e, mesmo encerrada, continua a render histórias absurdas. Na mais nova, o presidente da Unick, Leidimar Bernardo Lopes, afirmou na justiça que não possui dinheiro para se defender de acusações na justiça.

A Unick operou entre 2017 e 2019 com uma sede da cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. De lá, teria captado pelo menos R$ 28 bilhões de ex-investidores, que até hoje não sabem onde foi parar seu dinheiro.

Os líderes foram presos no fatídico dia 17 de outubro de 2019, na famosa Operação Lamanai. Para os clientes, ver os líderes da Unick atrás das grades foi preocupante, uma vez que não há sinais claros de onde o dinheiro estaria. As chances de recuperar os investimentos feitos nessa pirâmide são praticamente nulas.

Leidimar Lopes, presidente da Unick Forex. Reprodução/YouTube
Leidimar Lopes, presidente da Unick Forex. Reprodução/YouTube

Presidente da Unick, Leidimar afirma não ter dinheiro e irá “ganhar” defensor público

A Unick ficará na história como um das maiores pirâmides financeiras envolvendo Bitcoin no Brasil. Com promessas de lucros garantidos e bônus por binários, várias famílias brasileiras foram levadas a acreditar no “canto da sereia”.

De acordo com as investigações da Polícia e Ministério Público Federal, os líderes da Unick captaram pelo menos R$ 28 bilhões dos investidores. O dinheiro da Unick até hoje não foi encontrado, uma vez que não havia grandes valores presos nas contas quando a Operação Lamanai encerrou a fraudulenta empresa.

Recentemente, uma carteira Bitcoin de Leidimar foi revelada, contendo pelo menos 1560 Bitcoins. No preço do Bitcoin hoje, custando cerca de R$ 56 mil por unidade, o valor daria pelo menos R$ 89 milhões, e pode ser apenas uma das carteiras usadas por Leidimar para ocultar o que provavelmente levou de clientes.

Mesmo com evidências apontando para um vultuoso volume de Bitcoin em posse de Leidimar, o presidente da Unick alegou que não possui dinheiro para se defender na justiça. Dessa forma, ficou determinado que ganhará um defensor público para lhe representar na justiça.

Justiça
Justiça

Advogados renunciaram e Leidimar teria ficado sem defesa, decisão é automática da justiça

Tudo começou no último dia 5 de maio, quando a justiça do Rio Grande do Sul intimou Leidimar Bernardo Lopes a apresentar sua defesa. Contudo, de acordo com o JornalNH, o presidente da Unick teria ficado sem defesa, após os advogados que o defendiam renunciarem.

Até então, a Unick e alguns de seus líderes eram representados pelo escritório Nelson Wilians & Advogados Associados. O Livecoins procurou o escritório para comentar sobre a possível renúncia em defender Leidimar, mas não foi encontrado até o fechamento desta reportagem.

Ao não ter mais a representação de seus advogados, Leidimar afirmou para a justiça que não dispõe de recursos para se defender. Como perante a lei um réu não pode ficar sem defesa, foi instruído que a Defensoria Pública da União envie um defensor público para o presidente da Unick.

Leidimar Bernardo, de 39 anos, foi um dos quinze presos na Operação Lamanai, e é apontado como um dos principais líderes da Unick. Em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, conseguiu liberdade com pedido de habeas corpus.

Leidimar Unick
Leidimar Unick

Unick lavou dinheiro em empresas de fachada e até em paraísos fiscais

As investigações da Polícia Federal e MPF contra a Unick não pararam após o fim da pirâmide. Tendo captado bilhões de investidores, há intenção de descobrir onde esse dinheiro teria ido parar.

De acordo com as investigações até hoje, a PF estima que a Unick tenha ocultado uma boa parte em paraísos fiscais. Na investigação conduzida pela Polícia Federal ficou claro que havia intenção de colocar o dinheiro dos investidores em empresas de fachada e imóveis.

Ou seja, nunca houve a real intenção de render o dinheiro dos investidores para os devolver. Um advogado que acompanhou o caso já confessa que poderá demorar pelo menos dez anos para alguma parte do dinheiro ser devolvida aos clientes da gigante pirâmide financeira, que usou a imagem do Bitcoin para prometer rendimentos ilusórios.

Por fim, outros líderes da Unick ainda não se manifestaram sobre as suas defesas, uma vez que também estariam sem advogados. Segundo informações do JornalNH, Danter Navar, Marcos Kronhardt e a filha de Leidimar, Ana Carolina, estariam sem advogados até o fim da última segunda (18).

Ana Carolina não chegou a ser presa em outubro no ano passado, mas responde por participação na Unick. Os outros dois, Marcos e Danter, saíram para prisão domiciliar em março de 2020, devendo apontar um advogado para sua defesa nos próximos dias.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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