O Presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto disse nesta terça-feira (13) que as criptomoedas são eficientes ao digitalizar e dar fácil liquidez aos ativos em formato digital, um caminho sem volta na economia mundial.
Campos Neto abriu o “Seminário Segurança e proteção de dados no mundo digital”, organizado pelo Poder360, com apoio do PicPay.
Durante sua participação, o presidente declarou que o BCB procura melhorar o sistema financeiro nacional. Mesmo assim, ele disse que a busca por melhorias não é um caminho linear, podendo ter idas e vindas durante o processo.
Presidente do BCB comentou sobre eficiência das criptomoedas: “caminho sem volta”
Durante a análise sobre o mundo digital, Roberto Campos Neto disse que o debate não deve ser restrito ao uso de criptomoedas, visto que o assunto é mais profundo que isso.
De acordo com ele, as pessoas utilizam a digitalização para extrair valores de ativos. Assim, a busca por uma representação digital que tenha valor é a verdadeira busca.
Ao colocar o “encryption” em volta disso, as negociações em plataformas digitais foram impulsionadas no mercado de criptomoedas, um processo que Campos Neto diz não ter mais volta.
“As pessoas estão tentando achar uma coisa que tenha uma representação digital, que tenha valor, colocam o encryption em volta disso e então negociam em uma plataforma digital. Essa negociação permite velocidade, divisibilidade, segurança e transparência. Esse é um processo que acho que não tem volta. Independente dos saltos e volatilidades que temos visto recentemente nos criptoativos, eu acho que essa tecnologia não tem volta. Por uma simples razão: é muito mais eficiente fazer dessa forma.”
Com todo o debate sobre a migração de uma economia de contas para uma de tokens, Campos Neto declarou que o Banco Central do Brasil já entende que todos os custos operacionais de um banco podem ser diminuídos.
Estamos de olho em tokenização da arte
Entre os estudos do BCB, o setor de tokenização da arte, ou NFTs, e as inovações com metaverso também passam por análises.
Mas Campos Neto entende que toda a inovação em tecnologia blockchain deva passar pela regulação e ter um formato global.
No futuro, com a chegada do Real digital prevista para 2024 no Brasil, Campos Neto acredita que o país terá uma representação digital barata, segura e transparente. As possibilidades de conectar a CBDC a um metaverso, por exemplo, é um dos estudos do BCB. Por isso é importante o processo de modernizar a moeda nacional, com um ativo digital de acesso universal.
Para o futuro, Campos Neto acredita que bancos brasileiros devem realizar a custódia de criptomoedas e CBDCs, com operações reguladas. O cenário então será de aproximar a autarquia do DeFi, que o presidente do BCB julga ser melhor para incluir as pessoas no setor financeiro.
“Banco Central vai regular as criptomoedas com a CVM”
Sobre a regulação das criptomoedas no Brasil, Campos Neto declarou que a abordagem do Brasil difere de muitos países. Além disso, as regras serão definidas em conjunto pelo BCB e Comissão de Valores Mobiliários, autarquias que conversam sobre o tema com frequência.
A ideia, de acordo com o presidente do BCB, é interligar as criptomoedas ao sistema financeiro nacional, principalmente com a CBDC, PIX e Open Finance.
No futuro, Roberto Campos Neto espera que, com uso de apenas um aplicativo, brasileiros possam ver seu saldo em seus diversos bancos, criptomoedas depositadas em carteiras digitais, e tokens detidos pelos investidores, integrando assim todo o sistema financeiro nacional.