O presidente do Banco Central da Espanha, Pablo Hernández de Cos, deu sua opinião sobre a falência da plataforma de criptomoedas FTX, a fala ocorreu durante a Convenção Financeira Anual de 2022 da Associação de Mercados Financeiros (AMF).
A corretora declarou falência após a confirmação de que estava passando por uma crise de liquidez. O fracasso da empresa de criptomoedas deixou vários investidores em apuros que esperam poder sacar seus fundos um dia.
Nesse sentido, o presidente do BC da Espanha afirma que os eventos ocorridos relacionados à falência da terceira maior exchange de criptomoedas mostram que há um risco a ser corrido no mercado.
“A falência da plataforma de criptomoeda FTX deve servir de lição para todos os cidadãos sobre os riscos associados a esses produtos.”, disse Pablo Hernández de Cos.
Criptomoedas são um risco para a estabilidade financeira
O presidente do BC insistiu que a situação da FTX é uma prova dos riscos associados a esse mercado que sempre existiram. Além disso, ele comenta que, como entidades reguladoras, devem fornecer conhecimento suficiente às pessoas antes de investir nesses tipos de ativos.
“As criptomoedas são ativos de alto risco, como acabamos de verificar, e não são diferentes daqueles que apreciamos“, disse Pablo Hernández. “os reguladores têm de fazer com que os cidadãos tenham um conhecimento fiável dos riscos ao investir em criptomoedas e que esses episódios, por mais infelizes que sejam, sirvam de lição.”
Hernández de Cos acredita que as conexões entre as criptomoedas e o setor financeiro ainda são baixas, o que lhes dá uma “vantagem” para evitar a fusão desses dois mercados.
Segundo ele, a combinação do mercado de criptomoedas com o mercado tradicional pode levar à instabilidade financeira. “Temos que garantir que essas interconexões não aumentem e não tragam riscos para a estabilidade financeira”, concluiu opresidente do BC da Espanha.
Moeda digital
As criptomoedas propõem uma tecnologia descentralizada com oferta limitada, como é o caso do Bitcoin. Por outro lado, as moedas digitais dos Bancos Centrais ou CBDCs usarão a tecnologia blockchain para configurar um sistema muito mais centralizado e restritivo.
Em outras ocasiões, o Banco Central da Espanha já se pronunciou a favor da implementação de uma moeda digital, neste caso, o euro digital, desenvolvido pelo BCE. Em relação a esses projetos, Hernández de Cos explicou que ainda estão em processo de decisão sobre o desenvolvimento da moeda.
“Ainda não foi tomada uma decisão nas instituições europeias, caso ocorra a digitalização da economia, o Banco da Espanha deve estar preparado para oferecê-la”, comentou.