A volatilidade apresentada pelas criptomoedas nesta semana está chamando a atenção de legisladores no mundo inteiro. Além dos EUA debatendo stablecoins, Ashley Alder, CEO da Comissão de Valores Mobiliários e Futuros (SFC) de Hong Kong, e Philip Middleton, presidente da OMFIF (Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras) também debateram o tema, pedindo regulamentação global.
Na conversa, Alder destacou que os três principais focos do mundo envolvem 3 C’s: Covid-19, Clima e Criptomoedas. Um destaque de suas falas é a cooperação sobre tais temas, enquanto os dois primeiros possuem um alinhamento global, o debate sobre criptomoedas ainda está em níveis diferentes em cada país.
Como exemplo, China baniu o Bitcoin, El Salvador o adotou como moeda legal, EUA estão focados apenas em stablecoins e outros países nem sequer discutem o assunto. Portanto, a fala do CEO da SFC é um pedido para uma abordagem global sobre as criptomoedas.
Cooperação global sobre as criptomoedas
Embora o Bitcoin exista desde 2009, somente nos últimos anos os legisladores tem dado atenção a ele. Na verdade, o principal foco são as criptomoedas, em geral, que incluem muitas diferenças entre si, criando um extenso leque de casos de uso.
Embora seja uma tarefa difícil classificar e lidar com cada uma delas a nível local, ainda mais pelo surgimento de novos usos, como o caso dos NFTs, alguns legisladores estão buscando uma cooperação global sobre o tema.
Em conversa publicada nesta quinta-feira (12), Ashley Alder, CEO da Comissão de Valores Mobiliários e Futuros (SFC) de Hong Kong, chegou a destacar que as criptomoedas são um dos principais temas a serem debatidos no momento. Ao seu lado estariam a Covid-19 e questões ambientais.
“Há abordagens diferentes em lugares diferentes, […], é interessante se você comparar as criptomoedas com a conversa e a cooperação internacional em torno delas com as finanças climáticas”, afirmou Ashley Alder, CEO da SFC de Hong Kong. “As finanças climáticas estão muito à frente, há muitos esforços internacionais, seja com o ISSB, o International Platform, o G20, etc.”
“Não há nada assim para as criptomoedas no momento”
Indo além, Alder destacou que no momento não há órgãos especializados em criptomoedas. Afinal, as agências governamentais não acompanharam esta evolução, deixando muitas brechas para estes novos ativos que possuem nem sequer uma classificação adequada.
“A CVM só lida com títulos e a maioria dos criptoativos não são títulos. O Bitcoin não é um título, então agora estamos no processo de aprovar uma legislação para abordar isso.”
Finalizando, o CEO da SFC também cita o metaverso. Este é mais um desafio para os legisladores por ser um ambiente totalmente novo, permitindo a criação de um mundo financeiro paralelo. Passando longe dos atuais sistemas bancário e fiduciário em que estão acostumados a lidar.
Criptomoedas, stablecoins, metaverso, muito trabalho à frente
Portanto, enquanto Janet Yellen discute sobre o impacto das stablecoins na estabilidade financeira dos EUA, outros estão preocupados com o Bitcoin e outros com a economia do metaverso. Além disso, podemos esperar que mais modelos monetários surjam devido à liberdade do mundo das criptomoedas.
Então, além da difícil tarefa de chegar a uma concordância global sobre como lidar com as criptomoedas, estes legisladores terão que trabalhar duro para se manterem atualizados com o tema. O mínimo que podemos esperar é mais tributação e burocracia, como sempre.
A conversa entre Ashley Alder e Philip Middleton, publicada no canal do OMFIF, está disponível na íntegra abaixo.