Ki Young Ju, fundador e CEO da CryptoQuant, acredita que revelar a identidade de Satoshi Nakamoto pode ser ruim para o Bitcoin. Isso porque se estima que Satoshi possui cerca de 1,1 milhão de bitcoins em suas carteiras, equivalentes a R$ 378 bilhões, o que poderia “desencadear discussões que se afastam do verdadeiro propósito do Bitcoin”.
A discussão sobre o tema voltou à tona nesta semana após a HBO divulgar o lançamento de um documentário que promete revelar a identidade do criador do Bitcoin. Chamado Money Electric: The Bitcoin Mistery, o filme será lançado nesta terça-feira (8) no Max, serviço de streaming da HBO.
Segundo apostas na Polymarket, atualmente Nick Szabo aparece como o principal candidato, com 18,4% das apostas. Anteriormente, Len Sassaman ocupava a liderança. Adam Back, David Kleiman, Hal Finney, Wei Dai e Paul Le Roux são outros nomes listados.
CEO da CryptoQuant não acredita que revelação seria boa para o mercado
Teorias sobre a identidade de Satoshi Nakamoto são um assunto recorrente entre a comunidade do Bitcoin. Como exemplo, em fevereiro foi apontado que tal nome, escrito em alfabetos japoneses, levariam a Hal Finney.
Na data, algumas pessoas criticaram o assunto, apontando que mesmo que Finney já esteja morto, pessoas próximas poderiam sofrer perseguição, tanto por bandidos, atrás de dinheiro, quanto por autoridades.
Nesta terça-feira (8), Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, apontou que essa revelação poderia ser ruim para todo o mercado, já que influenciaria os preços.
“Revelar a identidade de Satoshi poderia ser negativo para o mercado.”
“Se ele estiver vivo, as preocupações se concentrariam na concentração de riqueza; se estiver morto, perguntas sobre quem herdou seus 9% do suprimento total de BTC gerariam teorias da conspiração, levando a discussões que se afastam do verdadeiro propósito do Bitcoin”, escreveu Ju. “Satoshi minerou Bitcoin com um padrão único de extranonce. Conhecemos todas as suas carteiras, e ele nunca vendeu nenhum. Se você quer apoiar o Bitcoin, vamos respeitar sua privacidade. Todos nós somos Satoshi.”
Segundo o padrão Satoshi (Patoshi), teoria mais aceita, Satoshi Nakamoto teria quase 1,1 milhão de bitcoins em suas carteiras. A quantia é equivalente a R$ 378 bilhões, suficiente para deixar o criador do Bitcoin entre as 25 pessoas mais ricas do mundo.
“Sabemos de todas as carteiras de Satoshi, que representam 9% [sic, 5,24%] da oferta total. Portanto, se uma grande quantidade for movida de sua carteira e houver vendas, é nesse momento que devemos sair do mercado do Bitcoin.”
“Tudo isso é compartilhado de forma transparente e em tempo real por meio dos dados da blockchain. Até lá, não importa se a CIA apreendeu esses bitcoins ou se ele está nas mãos de um determinado indivíduo”, continuou Ju. “A tecnologia blockchain nasceu da criptografia, uma tecnologia de privacidade. Não vamos manchar a honra de alguém que acreditava que a privacidade era o mais importante.”
Mesmo contrário a revelação da identidade do criador do Bitcoin, o analista também deu sua opinião sobre o tema ao afirmar que Satoshi “faleceu ou minerou para queimar as moedas e impedir que mineradores iniciais monopolizassem a oferta”.
Independente das consequências, o assunto é um grande mistério e por isso chama tanta atenção toda vez que ressurge.