O Revolut, um dos maiores bancos digitais do mundo, anunciou a suspensão de seus serviços de criptomoedas nos Estados Unidos. De acordo com a empresa, a decisão segue um clima regulatório incerto nos EUA, principalmente após a Comissão de Valores Mobiliários (SEC), processar várias corretoras em 2023.
“Como resultado da evolução do ambiente regulatório e da incerteza em torno do mercado de criptomoedas dos EUA, tomamos a difícil decisão, juntamente com nosso parceiro bancário dos EUA, de suspender o acesso da Revolut às criptomoedas nos EUA. Esta decisão não foi fácil e entendemos a decepção que isso pode causar”, diz o comunicado oficial da empresa.
A decisão foi tomada devido às recentes ações da SEC, reguladora do mercado financeiro norte-americano, que classificou pelo menos 13 criptomoedas como títulos mobiliários, ou seja, negociados de forma ilegal.
De acordo com a SEC, única criptomoeda que não se enquadra como um título mobiliário é o Bitcoin.
Assim, a Revolut parece estar querendo evitar problemas com o regulador americano, e decidiu parar de oferecer criptomoedas.
A fintech do Reino Unido alcançou o status de unicórnio em 2018. Atualmente, busca conseguir a licença bancária nos Estados Unidos. O App oferece possibilidade de fazer transações em 24 moedas diferentes, incluindo criptomoedas.
Clientes devem sacar criptomoedas
A partir de 2 de setembro deste ano, os clientes americanos da startup não poderão mais comprar criptomoedas na Revolut. No entanto, eles poderão fazer pedidos de venda até 2 de outubro, com a plataforma sendo totalmente fechada a partir de 3 de outubro.
“Lamentamos informar que fecharemos nossa plataforma de criptomoedas nos EUA”, disse a empresa ao Decrypt.
Isso significa que eles não poderão comprar, vender ou armazenar nenhuma criptomoeda.
A Revolut esclareceu que a nova decisão não afetará os usuários da plataforma localizados fora dos Estados Unidos.
Segundo a fintech, a mudança afetará menos de 1% dos clientes cripto globais da empresa. Os serviços de criptomoedas da empresa continuarão disponíveis em todos os outros mercados, inclusive no Brasil.
No exterior, a Revolut concorre com soluções como a Avenue, que teve uma parte adquirida pelo banco Itaú recentemente e pode ter mais de 50% adquirida nos próximos anos.
Fora dos Estados Unidos, os serviços de criptomoeda da Revolut não estão apenas ativos, mas também se desenvolvendo dinamicamente, especialmente na Europa.
Em fevereiro deste ano a corretora lançou um programa de staking, permitindo que clientes no Reino Unido e em cerca de 30 países europeus invistam capital e gradualmente aumentem passivamente suas participações em criptomoedas.