O Santander quer entender como os seus clientes usam as criptomoedas em simultâneo as contas correntes. Para isso, o banco testou uma ferramenta da empresa Elliptic, que promete mitigar riscos associados ao mercado de moedas digitais.
Nos últimos anos, vários bancos pelo mundo encerraram contas de corretoras de Bitcoin e até de traders da moeda. Alegando desinteresse comercial em alguns casos, ou suspeitas de fraudes em outros, instituições bancárias simplesmente fecharam as portas ao mercado.
No Brasil, o próprio Santander já encerrou a conta de corretoras de Bitcoin, com processos correndo até no STJ.
No entanto, o cenário parece estar mudando, na medida que os bancos estudam mais sobre os fundamentos do mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, bancos já autorizam contas de corretoras, como é o caso do JPMorgan.
Santander testa ferramenta que pode rastrear criptomoedas
A divisão do Reino Unido do banco Santander, com sede na Espanha, testou nos últimos dias a solução Discovery, que pode ser capaz de rastrear criptomoedas.
De acordo com a empresa que desenvolve a solução, a Elliptic, o banco teria conduzido um teste piloto na última terça-feira (22).
Assim, o Santander espera que a ferramenta ajude o banco a identificar atividades suspeitas envolvendo as criptomoedas.
“Este piloto está ajudando o Santander a compreender os riscos que emergem dos ativos digitais e a explorar estratégias de mitigação.”
Como clientes do banco depositam e sacam valores de suas contas para realizar transações com criptomoedas, a instituição bancária acredita que está indiretamente exposta ao mercado do Bitcoin.
Com a Discovery, o Santander poderia avaliar se há risco nessas transações, podendo coibir crimes cometidos por seus correntistas. Essa ferramenta exclusiva consegue detectar e avaliar o risco de 200 corretoras de criptomoedas que já estão conectadas em sua interface.
Solução já é utilizada por várias instituições financeiras do mundo
Em nota à imprensa, a Elliptic afirma que sua solução já é utilizada por grandes instituições financeiras pelo mundo, que estão preocupadas em se resguardar de eventuais riscos relacionados ao mercado de criptomoedas.
A CEO da empresa, Simone Maini, afirmou que o piloto com o Santander demonstra o compromisso da empresa em ajudar grandes instituições a compreender mais sobre o mercado de criptomoedas.
“Este piloto demonstra o compromisso da Elliptic em ajudar as instituições financeiras a entender sua exposição a criptoativos e mitigar os riscos de criptomoedas contra lavagem de dinheiro.
Este exercício bem-sucedido é uma evidência clara de que trabalhar com a Elliptic permite que as organizações líderes naveguem no ecossistema de criptomoedas em rápida evolução com confiança.”