SEC processa criptomoeda “da Disney” por ICO irregular

Em 2017, a Dragonchain — popularmente conhecida como a blockchain da Disney — realizava sua Oferta Inicial de Moedas (ICO), vendendo tokens DRGN. Agora, cinco anos depois, a SEC está alegando que a mesma não poderia ter realizado tal oferta de investimento.

Segundo a nota da CVM americana, publicada nesta terça-feira (16), John Joseph Roets e suas três entidades estão sendo processados pela arrecadação de US$ 16,8 milhões de aproximadamente 5.000 investidores globais, incluindo americanos.

O token DRGN rapidamente despencou 13% após a publicação da nota, negociado a US$ 0,22 no momento desta redação. Em relação a seu topo histórico, registrado em janeiro de 2018, tal criptomoeda já despencou 99,57%.

Dragonchain, a blockchain da Disney

Com a moda das ICOs em 2017, projetos precisavam chamar a atenção dos investidores com poucas palavras antes que estes pulassem para o próximo pitch. No caso da Dragonchain (DRGN), tal projeto ficou popularmente conhecido como “a blockchain da Disney”, o que é uma meia verdade.

A verdade completa é que a Walt Disney Company realmente criou um projeto de blockchain em 2014 para competir com o Ethereum. Entretanto, o estúdio abandonou tal criptomoeda em 2016, transformando-o em um projeto de código aberto.

Logo em seguida, ex-funcionários da própria Disney criaram a Dragonchain Foundation, administrando este projeto de forma independente. De qualquer forma, menções à produtora ainda estão presentes no site do projeto.

“Originalmente criado na Walt Disney Company em 2014, a Dragonchain é uma plataforma de blockchain híbrida focada em resolver problemas de negócios em escala empresarial.”

O problema não é a Disney, aponta a SEC

Entretanto, o uso do nome da Disney não é o problema que a SEC encontrou na Dragonchain. Na verdade, a agência americana está processando John Joseph Roets e as três entidades que o mesmo controla por conta da ICO dos tokens DRGN. Afinal, tal oferta não foi liberada pela SEC.

“[…] realizaram uma oferta não registrada de tokens Dragon (“DRGN”) em duas fases […] entre agosto e novembro de 2017 […] Por meio dessa oferta, os réus supostamente levantaram aproximadamente US$ 14 milhões de aproximadamente 5.000 investidores em todo o mundo, incluindo os Estados Unidos.”

Seguindo, o texto nota que Roets e suas três empresas (Dragonchain Inc, Draconchain Foundation e The Dragon Company) supostamente venderam US$ 2,5 milhões em DRGN após um órgão regulador descobrir que tais tokens eram títulos mobiliários, entre 2019 e 2022.

Por fim, tal processo à blockchain “da Disney” ocorre em um momento único da história, com reguladores americanos disputando quem será o responsável para controlar o setor das criptomoedas. Ao que tudo indica, a SEC continuará fiscalizando estes tipos de ofertas.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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