Em dezembro de 2019, um trader de Bitcoin foi levado por alguns sequestradores da casa de um amigo, caso que gerou repercussão pela brutalidade dos envolvidos.
Pedindo ajuda para se livrar de uma multa de trânsito, o trader teria ido até à casa do amigo onde deveria se encontrar com um suposto primo que trabalhava no Detran e iria ajudar na resolução do problema.
Conhecidos há mais de 20 anos, ele se assustou quando um Gol Vermelho entrou pelo portão da casa, anunciando um assalto. O homem que desceu do carro estava armado e com capuz na mão, anunciando que todos deveriam se render.
No início da ação, o trader acreditava que o seu amigo também era vítima, mas as investigações e decisão da justiça apontam que ele era o mandante.
Após ser sequestrado, ele foi levado para um matagal e amarrada a uma árvore, onde foi espancado por várias horas, com os bandidos exigindo que ele efetuasse a transferência de Bitcoin para eles. Naquele momento, ele ouviu seu amigo conversando com os sequestradores, descobrindo então que ele estava por trás da ação criminosa.
Trader de Bitcoin ficou mais de 12 horas em posse dos sequestradores, agora condenados a prisão
Horas após a extorsão no matagal, o trader chegou a ser levado no porta-malas do veículo para um motel, local onde continuou sendo ameaçado pelos sequestradores. Ele conseguiu identificar seu amigo e mais uma pessoa, sendo um terceiro ainda não identificado pela justiça.
Após o homem informar que seus Bitcoins estavam em seu notebook, em sua residência, o seu antigo amigo chegou a tentar ir ao local, mas não conseguiu obter o acesso ao material. Em dado momento, ele foi levado até o estacionamento do hospital Cemetron, em Porto Velho, local onde conseguiu fugir do porta-malas do veículo e pedir ajuda aos seguranças do local.
Os sequestradores ainda tentaram resgatar a vítima, mas os seguranças reagiram com arma de fogo em mãos, momento em que fugiram do local. Esse caso ocorreu no dia 15 de outubro de 2019, apurado desde então.
A vítima foi ouvida pela Polícia Civil, que instaurou uma rápida investigação dos fatos, ouvindo testemunhas e analisando câmeras dos locais apontados no crime.
Na ação o Ministério Público do Estado de Rondônia é o autor contra Elcione José Sales e Helton dos Santos Moura, apontados como autores do crime, assim como outro que acabou sendo inocentado no caso.
Na análise da justiça, os dois réus participaram ativamente do sequestro do trader de Bitcoin, sendo imputados a eles crimes dos artigos 159 e 157 do Código Penal. Elcione, que já tinha passagem pela polícia, recebeu pena de 20 anos de cadeia em regime fechado mais uma multa de R$ 5.189,60.
Já Helton, que não havia passagem pela polícia, recebeu uma pena somada de 16 anos, mais R$ 4.391,20. A decisão foi publicada no Diário da Justiça do Estado de Rondônia desta sexta-feira (12).