Segundo relatório da Elliptic, terroristas palestinos receberam quase R$ 500 milhões em criptomoedas nos últimos anos. Em matéria publicada nesta segunda-feira (27), a Reuters destaca que grupos como Hamas e Hezbollah estão abandonando o Bitcoin por outra criptomoeda, a Tron (TRX).
Alguns dos motivos citados foram a velocidade das transações e as taxas mais baratas da Tron. No momento desta redação, a TRX é a 10ª maior criptomoeda por valor de mercado, logo atrás da Dogecoin (DOGE).
“Antes era o Bitcoin e agora nossos dados mostram que essas organizações terroristas estão usando cada vez mais a Tron”, disse Mriganka Pattnaik, CEO da Merkle Science à Reuters.
Diversas carteiras de Tron (TRX) já foram confiscadas
Como destaque, a Reuters aponta que 143 carteiras da criptomoeda Tron (TRX) já foram confiscadas desde 2021 por Israel. Destas, 87 foram apreendidas neste ano, incluindo 39 carteiras ligadas ao Hezbollah em junho e outras 26 ligadas ao Hamas em julho.
Indo além, também é notado que 600 contas ligadas a uma corretora chamada Dubai Co. For Exchange foram congeladas após o início do ataque do Hamas a Israel, em outubro desse ano.
“[É um grupo terrorista] devido à ajuda que prestam à organização terrorista Hamas, particularmente ao seu braço militar, na transferência de fundos numa escala de dezenas de milhões de dólares por ano”, comentou Israel sobre a Dubai Co.
Em conversa com a Reuters, mais de uma dúzia de pessoas que tiveram suas criptomoedas congeladas afirmaram que estavam usando a Tron (TRX). No entanto, a maioria nega qualquer conexão com o Hamas. A exceção fica para um usuário identificado como Neo, que reconheceu ter negociado com outra pessoa ligada ao grupo terrorista.
Uso ilícito de criptomoedas é de apenas 0,2%
Finalizando, a Reuters dá destaque para um estudo realizado pela Chainalysis, notando que apenas 0,2% das transações de criptomoedas foram usadas para fins ilícitos em 2022. O número representa uma queda de 2% em relação ao ano anterior.
Enquanto Israel confiscou mais de 143 carteiras de Tron (TRX) nos últimos anos, o número é de apenas 30 quando se trata de carteiras de Bitcoin, sendo o último realizado em 2021. A última apreensão contou com a ajuda da corretora Binance, que ficou em saia justa com as autoridades.
Por fim, a Tron (TRX) é citada como um “ponto cego” por Shlomit Wagman, ex-diretor do Instituto de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo de Israel, mas nota que empresas de análise estão começando a analisar essa criptomoeda conforme seu uso cresce.