A prisão de três dos principais líderes da Unick Forex foi revogada. As informações são da jornalista e colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
De acordo com uma nova decisão, os líderes tiveram suas prisões preventivas revogadas pela juíza Karine da Silva Cordeiro, da 7.ª Vara Federal de Porto Alegre. Isso porque, ao permanecerem presos poderiam ter violado o princípio da presunção da inocência.
Com a medida, três dos principais líderes poderão sair da prisão, mediante algumas medidas cautelares. Além disso, uma alta quantia deverá ser paga como fiança. Alguns líderes da Unick, que não foram presos, estão afirmando que é mentira a informação da Folha de São Paulo.
Três líderes da Unick Forex foram soltos da prisão sob medida cautelar
Os líderes que poderão ser soltos, de acordo com a Folha de São Paulo, seriam Danter Navar da Silva, Marcos da Silva Kronhardt e Paulo Sérgio Kroeff. Todos os três antigos líderes da Unick Forex, uma das maiores pirâmides brasileiras dos últimos anos, terão que pagar R$ 200 mil por sua fiança. Em outro ponto, terão que entregar seus passaportes para a justiça.
Além disso, medidas cautelares foram aplicadas, que terão ainda um longo caminho até provar definitivamente sua inocência. De acordo com Jean Carbonera, em um comunicado no grupo da ASSIC, os antigos líderes da Unick terão uma vida restrita fora da cadeia.
Entre as restrições impostas para a concessão da liberdade estão a proibição de manter contato com os demais réus, testemunhas e qualquer pessoa relacionada aos fatos objeto da investigação e da ação penal (o que inclui clientes da empresa) e proibição de acessar a internet.
Tais restrições podem ser importantes para o andamento do processo, uma vez que os líderes estão proibidos de entrar em contato com os investidores.
O encerramento da Unick Forex foi em outubro de 2019, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Lamanai. Apesar disso, a empresa já não pagava os rendimentos prometidos meses antes das prisões.
Advogado dos líderes defende que essa é uma vitória
Em nota para a Folha de São Paulo, o advogado Nelson Wilians confirmou a liberação dos líderes como uma vitória. Isso porque, a manutenção dos acusados em prisão preventiva poderia ser uma forma de antecipação de lei. Ou seja, prisão preventiva por um longo período pode infringir a lei brasileira.
Dessa forma, os três líderes que passaram por cerca de 100 dias na prisão, poderão voltar para suas casas caso paguem a fiança. O advogado comentou com a reportagem da Folha que a decisão era aguardada.
Essa era uma decisão aguardada. Foi o primeiro passo na demonstração de que as acusações não procedem. Como dissemos, sempre confiamos na Justiça
Em resumo, a soltura dos líderes é dada como certa, de acordo com a Folha de São Paulo e o próprio advogado. Não se sabe se estas teriam alguma relação com a possível delação premiada, que estaria em negociação por um líder misterioso da Unick Forex.
Antigos líderes da Unick negam soltura de prisioneiros
Alguns outros líderes da Unick Forex não receberam bem como uma vitória essa notícia. Segundo áudios publicados nos grupos dos lesados pela pirâmide, líderes não confiam na fonte de informações da Folha.
A polêmica começou quando a jornalista Mônica Bergamo publicou o texto na tarde desta sexta (31). Uma líder da Unick, não identificada pelo áudio obtido pelo Livecoins, afirmou que “é para confirmar que ninguém foi solto está bem, todos continuam presos, eu já confirmei isso e já to passando nos grupos“. A líder, que não se identificou no áudio, afirmou ainda que é “mentira que eles foram soltos“.
Outra líder acusou a Folha de São Paulo e o Livecoins de postarem inverdades sobre a Unick Forex. No áudio compartilhado nos grupos, também sem identificação, a mulher em tom nervoso afirmou que “não saíram da prisão, tão lá ainda [SIC]“.
A reportagem do Livecoins solicitou informações para o Ministério Público Federal e Polícia Federal, que ainda não comentaram o caso. Foram solicitadas informações sobre a liberação dos líderes da Unick Forex e seu impacto na apuração do esquema fraudulento.
Por fim, esta reportagem procurou a 7.ª Vara Federal de Porto Alegre, da qual a juíza proferiu a sentença favorável aos líderes. Neste caso, o Livecoins procurou saber a veracidade das informações das solturas e, se há possibilidade de mais alguém ser liberado nos próximos dias. Da mesma forma, até o fechamento desta, nenhuma resposta foi enviada para estes questionamentos.
A justiça respondeu que nenhum deles pagou fiança, e portanto, continuam presos.