Trump ordenou ataques ao Bitcoin em 2018, diz ex-conselheiro Bolton

Ex-conselheiro publicou livro com conversa que aconteceu em maio de 2018 em meio a uma tensa discussão sobre as sanções que os EUA impuseram à China.

Recentemente, o Ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, lançou o livro The Room Where It Happened, A White House Memoir (A Sala Onde Tudo Aconteceu, Memórias da Casa Branca, em tradução livre). Nele, o ex-conselheiro afirma que Trump quis derrubar o Bitcoin em 2018.

O livro mostra um insight por dentro da administração de Trump pelo ex-funcionário. Como é de se imaginar, existem várias acusações, que o presidente e a sua equipe negam. Entre as muitas, há até mesmo a acusação de que Trump buscou ajuda do governo chinês para conseguir a sua reeleição.

Apesar da administração de Trump negar todas as informações, o Departamento de Defesa tentou impedir a publicação do livro, alegando que as informações apresentadas seriam confidenciais.

No entanto, um ponto que chama ainda mais a atenção é que, em 2018, Trump pediu para que o Secretário do Tesouro “fosse atrás do Bitcoin”. As informações são do site Washington Examiner, que obteve acesso a uma cópia antecipada da publicação.

Trump contra o Bitcoin

O site afirma que, em parte do livro, Bolton conta sobre uma conversa que testemunhou entre Trump e Steve Mnuchin, secretário do tesouro dos EUA. Na conversa, o presidente pediu para que Mnuchin colocasse pressão na negociação e venda de Bitcoin.

O site afirma que no livro Trump diz:

“Não negocie. Vá atrás do Bitcoin [por fraude].”

Segundo Bolton, a conversa aconteceu em maio de 2018 em meio a uma tensa discussão sobre as sanções que os EUA impuseram à China. Curiosamente, maio de 2018 foi um dos momentos em que Bitcoin passava por uma de suas piores crises, perdendo boa parte do seu valor e caminhando para 80% de desvalorização.

No entanto, a tentativa de Trump de querer parar o crescimento do Bitcoin não é nenhuma surpresa, já que o presidente deixou claro outras vezes que não é fã do Bitcoin e de outras criptomoedas.

Em julho de 2019, ele afirmou no Twitter, que é por onde ele passa boa parte do tempo, que não é fã do Bitcoin porque ela é uma moeda ilegal.

“Eu não sou um fã do Bitcoin e outras criptomoedas, que não são dinheiro, e que o valor é altamente volátil e baseado em nada.

Ativos digitais não regulamentados podem facilitar atividade criminosa, incluindo tráfico de drogas e outras atividades ilegais.”

Presidente continua errado sobre criptomoedas

Nigel Green, CEO da deVere Group, afirmou que essa nova revelação do livro mostra como o presidente está longe da realidade em relação ao mercado digital.

“É altamente possível que Trump tenha, de fato, lançado um ataque contra o Bitcoin.

No ano passado ele fez uma serie de tuítes atacando a maior criptomoeda do mundo.

Assumindo que a instrução para a Secretaria do Tesouro seja verdadeira, isso mostra o quanto o presidente dos EUA está olhando para trás e longe da realidade nesse quesito.”

Felizmente o Bitcoin não possui centralização, não possui CEOs ou empresas por trás da moeda, o que impede que qualquer governo criei sanções que possam, efetivamente, acabar com a moeda.

E, apesar de que algumas atividades ilegais utilizam o Bitcoin, é certo que a moeda está longe de ser um meio de troca utilizada por criminosos em sua maioria. 

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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