A Suécia é o mais novo país a anunciar uma inovação por meio do Banco Central (BC), sendo a novidade uma versão de moeda digital. Chamada de e-krona, é uma resposta do Riksbank a crescente chegada das criptomoedas.
No Brasil, na última terça o Banco Central tirou dúvidas de repórteres sobre a chegada do PIX, novo sistema de pagamentos. O PIX deverá ser lançado até novembro de 2020, substituindo o TED e DOC e que será utilizado como meio de pagamentos.
Já a e-krona, nova moeda digital da Suécia, que poderá ser utilizada como meio de pagamento da população. O Banco Central afirmou que poderá ser utilizada em carteiras, em smartphones, relógios, entre outros. No momento, a moeda seguirá em uma fase de testes, de acordo com o Riksbank.
Moeda digital do BC da Suécia será baseada na tecnologia blockchain
O Bitcoin é de fato a maior moeda digital do mundo atualmente, única que pode ser utilizada entre países, utilizando para isso apenas a internet. O Bitcoin é uma moeda que não possui um Banco Central por trás, ou seja, é uma moeda considerada livre para uso de qualquer pessoa no mundo. Todas as suas transações são salvas na blockchain, uma espécie de registro contábil.
Na época do lançamento do Bitcoin, há onze anos atrás, os Bancos Centrais estavam preocupados em sair da crise de 2008. Com essa preocupação, nem viram o concorrente que havia nascido em meio ao caos financeiro global.
Contudo, anos após o lançamento do Bitcoin, os bancos centrais perceberam o potencial da moeda digital. Dessa forma, principalmente em 2019, os bancos centrais passaram a considerar a criação de uma moeda digital própria.
Um país que anunciou o interesse nessa tecnologia é a Suécia, que possui como Banco Central o Riksbank. As moedas de bancos centrais tem sido chamadas de CBDC (Central Bank Digital Coin ou Moeda Digital de Banco Central).
De acordo com o BC da Suécia, uma moeda digital nasce no país neste dia 20. A moeda chamada de e-krona será testada exaustivamente, baseada na tecnologia blockchain. O projeto piloto lançado nesta quinta (20) é mais um passo rumo a adoção das moedas digitais de blockchain, entretanto, com ideia contrária a do Bitcoin.
Desde 2019, o Banco Central da Suécia já havia comentado sobre a e-krona, uma vez que o uso de dinheiro em notas e moedas está em declínio. A Suécia é considerado um dos países menos dependentes de dinheiro físico do mundo.
Tendência de 2020 é que vários países criem suas próprias moedas ou novos sistemas de pagamentos eletrônicos
O anúncio da criação da Libra, moeda digital do Facebook, foi fundamental para a mobilização dos Bancos Centrais. Esperada para ser lançada em 2020, a Libra perde cada vez mais força e aliados em sua luta. Isso porque, desde que a Libra foi anunciada, foi completamente rejeitada por bancos centrais, que viram nessa moeda a derrota final de suas estruturas.
Apesar da Libra ter embargos nos países, o Bitcoin continua sendo uma moeda utilizada no cotidiano. A maior moeda virtual do mundo nutre o sentimento de esperança daqueles que acreditam que o estado deve perder a capacidade de imprimir dinheiro.
Certamente que a moeda digital do BC da Suécia chega em um bom momento para essa discussão. Com as fintechs ganhando força junto com as criptomoedas, não demoraria muito até que os bancos centrais caíssem junto com os bancos tradicionais. A tendência de 2020 provavelmente será de disputa entre os vários meios de pagamentos, que terão mais criptomoedas no campo, seja por governos, seja pela liberdade financeira.
Por fim, o BC da Suécia afirmou que o projeto ainda é um teste e que será assim até o fim de 2021. O Banco Central espera aumentar seu conhecimento sobre o tema, sabendo onde atuar quando a solução definitiva vier a público. Atualmente, uma krona sueca vale R$ 0,45.
Atualmente, não há decisão sobre a emissão de uma e-krona, como uma e-krona pode ser projetada ou qual tecnologia pode ser usada. O principal objetivo do piloto é o Riksbank aumentar seu conhecimento sobre uma krona digital do banco central.
