A Universidade de Brasília (UnB), Câmara dos Deputados e Bacen promovem um curso para programadores interessados em DeFi e Web 3.0. A iniciativa faz parte do Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas do Banco Central do Brasil.
Nos últimos anos o mercado de criptomoedas passou por vários setores em alta. Em 2017, por exemplo, a febre foi o lançamento de criptomoedas com ICOs.
Já em 2020 e 2021, o mercado viu os NFTs, jogos com criptomoedas, DeFi e a Web3. Esse termo tem sido considerado por entusiastas uma evolução da internet, em que mais serviços serão descentralizados e recorrerão a tecnologias blockchain.
Com o novo curso, autoridades brasileiras mostram que estão atentas ao mercado e seu desenvolvimento.
UnB, Câmara dos Deputados e Bacen promovem curso de DeFi e Web3
Nos últimos anos, a Câmara dos Deputados, por meio do seu LABHacker, criou uma aplicação chamada projeto de iniciativa popular digital (PLIP). Essa solução recorria à blockchain para uma ferramenta de identidade digital que poderia ser utilizada até em eleições.
E essa experiência será apresentada em um curso de extensão para desenvolvimento do DeFi/Web3 (Introdução a Finanças Descentralizadas), promovido pela Universidade de Brasília (UnB). As inscrições para os interessados, que receberão certificados na conclusão, já estão disponíveis em um formulário.
Para participar do curso gratuito, os alunos deverão ter disponibilidade para todas as sextas-feira, entre 19 e 22 horas, assistir ao curso remoto. A partir do dia 6 de junho, serão 12 datas de aulas para ensinar os interessados a programar para Web3.
O lançamento do curso será na próxima quarta-feira (4), no auditório do Instituto Federal de Brasília (IFB) – Campus Gama, às 17 horas. Na data serão liberados mais detalhes do curso, além de conhecer os especialistas que irão ministrar os módulos.
De acordo com a assessoria da Câmara dos Deputados, a casa do legislativo é parceira do curso.
“A iniciativa é uma parceria entre a UnB e o Laboratório de inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT Learning) do Banco Central e conta com o apoio do Laboratório Hacker da Câmara, que irá ministrar a aula de blockchain/PLIP”.
O que é a ferramenta blockchain da Câmara dos Deputados?
A tecnologia blockchain é teoricamente promissora há décadas, mas apenas com o lançamento do Bitcoin em 2009 que ela se tornou prática.
Após isso, várias pessoas testaram os conceitos da tecnologia, como os contratos inteligentes, que permitem mais inovação. No caso da ferramenta blockchain da Câmara dos Deputados, em construção desde 2016, essa permite recolher assinaturas digitais de projetos de lei de iniciativa popular.
A autenticidade das assinaturas da população seria garantida pela blockchain, ligada ainda ao banco de dados da Justiça Eleitoral.
Com essa ferramenta, que já está tecnicamente disponível, mas ainda sem implementação pela Câmara dos Deputados, os brasileiros poderiam ser autores de projetos de lei. Isso porque, nos moldes atuais, após a população sugerir uma proposta, um parlamentar a acolhe e se torna o autor, mesmo não o sendo.
Os alunos terão aulas de solidity, linguagem de programação de contratos inteligentes, além de DeFi, programação de tokens, DAO, NFTs e flash loans. Ao final, quem conseguir criar um bom projeto poderá ganhar bolsa de estudos por uma corretora de bitcoin nacional.