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Unick Forex estudava promover shows internacionais para lavar dinheiro, segundo PF

Empresa esperava retorno de R$ 120 milhões com os eventos

A Unick Forex estudava promover shows internacionais no Brasil. O plano da empresa, investigada por crimes contra o sistema financeiro, era usar esses eventos para lavar parte do dinheiro captado de forma ilegal dos investidores.

A informação foi revelada durante uma interceptação telefônica feita pela PF (Polícia Federal) em maio de 2019. Foi naquele mês que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deu 45 dias para a empresa se defender de um processo aberto na autarquia.

A reportagem do Livecoins teve acesso à conversa, que foi vazada por um antigo integrante da Unick Forex em um grupo de conversa do Telegram.

Unick Forex esperava retorno de R$ 120 milhões com shows

De acordo com o diálogo, a ideia de promover os shows surgiu em um bate-papo entre o presidente da Unick, Leidimar Lopes, e um antigo funcionário.

Lopes e outros membros do suposto esquema criminoso foram presos em outubro ao ano passado durante a Operação Lamanai.

Na conversa, não há informações sobre possíveis cantores e bandas ou mesmo um possível calendário de shows. No entanto, eles falaram que esperavam um retorno de R$ 120 milhões com os eventos.

Usar shows para lavar dinheiro é tática antiga

A PF, segundo o processo que corre na Justiça Federal para apurar os supostos crimes da Unick, estava com receio de os membros colocarem a ideia em prática, pois isso poderia facilitar a ocultação do dinheiro.

“Caso venha efetivamente a ocorrer (os shows), pode facilitar o processo de lavagem dos capitais ilicitamente auferidos com as atividades desenvolvidas a partir da UNICK”, disse a PF.

Vale ressaltar que é comum dar sumiço a dinheiro ilegal por meio de shows e outros eventos. A Telexfree, por exemplo, é suspeita de ter lavado recursos durante o show do cantor Roger Hodgson, promovido pela empresa em 2014.

O empresário e lobista Adir Assad, conhecido por trazer para o Brasil shows do U2 e das cantoras Amy Winehouse e Beyonce, também pode ter utilizado suas empresas de eventos para lavar dinheiro de propina. Ele foi preso durante a Operação Lava Jato, em 2016.

Veja outras reportagens sobre a Unick na nossa série especial #UnickLeaks.

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Lucas Gabriel Marins
Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Escreve para Livecoins e UOL. Já foi repórter da Gazeta do Povo e da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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