A Superintendencia Nacional de ‘Criptoactivos y Actividades Conexas’ (SUNACRIP), divisão de criptomoedas estatal da Venezuela, intensificou a demissão de funcionários após um recente escândalo de corrupção.
De acordo com ex-funcionários, um caso de corrupção no órgão público levou o governo de Nicolás Maduro a reorganizar as atribuições da SUNACRIP. Com as novidades, os funcionários não corriam riscos de perder seus empregos, contudo, na prática, não foi assim que aconteceu.
Isso porque, nos últimos dias, vários funcionários, muitos que nem sabiam sobre o caso de corrupção, acabaram perdendo seus empregos. As informações são do TalCual, portal local venezuelano que conversou com demitidos.
Venezuela demite funcionários públicos de divisão estatal de criptomoedas
Em meio a reorganização da instituição após o escândalo de corrupção, tudo indica que o governo de Maduro removeu a estabilidade dos servidores públicos da SUNACRIP.
Funcionários indicam que receberam um comunicado informando que eles não precisam voltar ao trabalho após a páscoa, ou seja, a partir da próxima segunda-feira (10) eles não devem voltar ao trabalho.
“Qualquer coisa chamamos você de volta”, diz o comunicado aos funcionários. Vários ex-servidores públicos não entenderam as medidas adotadas pelo governo, mas temem denunciar o caso e sofrer represálias de um regime com várias acusações internacionais de ser autoritário.
Chama atenção ainda que a SUNACRIP demitiu não apenas funcionários comuns, mas também coordenadores e outros cargos. No entanto, muitos agora acreditam estar em um limbo laboral e não receberam informações se receberão seus salários normalmente, ou se o governo apresentará um acordo com todos.
Símbolos da SUNACRIP estão sendo removidos dos prédios
O que chamou ainda mais atenção, além das demissões de funcionários públicos da divisão de criptomoedas da Venezuela, é que os símbolos da SUNACRIP começam a desaparecer dos prédios.
Como o órgão de criptomoedas se viu associado a um escândalo de corrupção e passa por mudanças drásticas, não está claro ainda se o governo pretende renomear o órgão, ou se apenas vai extinguir o passado.
Para piorar os problemas envolvendo a SUNACRIP, está o fato de que a criptomoeda nacional da Venezuela, o Petro, parece estar mantendo presos valores dos usuários na carteira. Em redes sociais, muitos usuários lamentam terem confiado no sistema governamental, mas que agora não conseguem acesso ao seu próprio dinheiro desde março.
A situação venezuelana envolvendo o mercado de criptomoedas tem escalado para um autoritarismo crescente, que impôs até a suspensão de serviços de corretoras de criptomoedas e de mineradores. Não está claro ainda o que pode acontecer no futuro, mas a comunidade teme que o país volte a fechar as portas das criptomoedas, após anos se aproveitando da tecnologia.
