Wall Street quer controlar mineração de Bitcoin e pode haver censura de transações, alerta analista da Bloomberg

Outro ponto mencionado por Coutts está ligado às políticas de ESG, sigla inglesa para Ambiental, Social e Governança, frequentemente usado por reguladores e ONGs ambientais como Greenpeance para atacar a indústria.

Em longo texto publicado em suas redes sociais, Jamie Coutts aponta que a entrada de grandes players de Wall Street na mineração de Bitcoin pode ter um grande efeito negativo na rede. Embora descarte a chance de um ataque de 51%, o analista da Bloomberg destaca que mineradoras podem começar a censurar transações.

O motivo do alerta é a crescente participação de gestoras como BlackRock, Vanguard e State Street em grandes mineradoras listadas em bolsas, como é o caso Marathon Digital, Riot Platform e Cleanspark.

Outro ponto mencionado por Coutts está ligado às políticas de ESG, sigla inglesa para Ambiental, Social e Governança, frequentemente usado por reguladores e ONGs ambientais como Greenpeance para atacar a indústria.

Analista da Bloomberg está preocupado com o futuro do Bitcoin

Dentre seus tantos diferenciais, o Bitcoin possuí uma grande força por sua rede não censurar nenhuma transação. No entanto, Jamie Coutts, analista da Bloomberg, acredita que essa propriedade esteja ameaçada por Wall Street.

“Isto não deve ser interpretado como FUD (medo, incerteza e dúvida) — um “ataque de 51%”, no qual os atores controlam a maior parte da taxa de hash, não está nos planos — a economia e a lógica não fazem sentido”, aponta o analista, destacando esse ataque.

“No entanto, pode haver um risco de influência crescente que pode entrar em conflito com os valores da rede. Este conflito pode envolver objetivos ESG desalinhados ou potencial censura de transações.”

De qualquer forma, Coutts nota que outros mineradores ainda poderiam minerar essas transações sancionadas, mas que “dada das tendências ativistas desses grandes gestores de ativos, ainda não está claro se suas intenções em relação aos mineradores de Bitcoin serão passivas”.

Como destaque, Coutts nota que tanto a BlackRock quanto a State Street precisaram fechar fundos ligados a ESG em 2023 devido ao seu péssimo desempenho. No entanto, nota que Wall Street pode ver uma oportunidade na mineração.

“Estimativas recentes de Daniel Batten mostram que a mineração provavelmente está consumindo mais de 50% de sua energia de fontes sustentáveis, e como [essa indústria] tem a capacidade única de monetizar energia ociosa e estabilizar redes, essa porcentagem deveria subir.”

Apesar da mineração de Bitcoin ser criticada por ativistas, setor está desempenhando um ótimo papel nas políticas de ESG. Fonte: Jamie Coutts/Reprodução.
Apesar da mineração de Bitcoin ser criticada por ativistas, setor está desempenhando um ótimo papel nas políticas de ESG. Fonte: Jamie Coutts/Reprodução.

Em outra imagem, o analista da Bloomberg destaca que a Vanguard detém 10,1% das ações da Marathon Digital, 9,7% da Riot Platform e 4,5% da Cleanspark, todas mineradoras de Bitcoin.

BlackRock detém 7%, 6,5% e 4,1% destas mesmas ações, e a State Street outros 3%, 2,7% e 3,6%, respectivamente.

BlackRock é acionista majoritária de 4 das 5 maiores mineradoras de Bitcoin (Imagem: fxstreet.com)
BlackRock é acionista majoritária de 4 das 5 maiores mineradoras de Bitcoin (Imagem: fxstreet.com)

“A institucionalização da mineração de Bitcoin pode significar novos desafios para a rede. Desde 2020, os maiores gestores de ativos globais emergiram como os investidores dominantes nas três maiores mineradoras de capital aberto, que coletivamente respondem por cerca de 8,9% do hash global.”

Posições de gigantes de Wall Street nas maiores mineradoras de Bitcoin. Fonte: Jamie Coutts/Reprodução.
Posições de gigantes de Wall Street nas maiores mineradoras de Bitcoin. Fonte: Jamie Coutts/Reprodução.

Seguindo, Coutts revela que os dados da taxa de hash podem estar ainda maiores atualmente, chegando a 15% contra os 8,9% mencionados anteriormente.

Finalizando, também é destacado que a BlackRock está aumentando sua participação na Marathon Digital mesmo com o Bitcoin em queda. A opinião completa de Coutts pode ser encontrada em seu Twitter.

“Em retrospectiva, a enorme jogada sobre os ETF à vista de Bitcoin da BlackRock não deveria ter sido tão surpreendente.”

Mineração de Bitcoin em peso nos EUA

Após a China banir a mineração de Bitcoin, grandes mineradoras precisaram mover seus equipamentos para outros países. Os que tomaram o caminho mais curto, escolhendo países como Cazaquistão, acabaram enfrentando falta de energia e aumento de impostos.

Sendo assim, os EUA se tornaram o destino preferido de muitas empresas por conta de sua infraestrutura. Em especial, o Texas rapidamente se transformou em um hub de mineradores e até mesmo as altas temperaturas da região ajudaram essa indústria.

Enquanto a rede elétrica é pouco utilizada fora do verão, mineradores conseguem utilizar toda energia que seria desperdiçada. Por outro lado, em dias quentes, as mineradoras conseguem bônus milionários do governo ao desligar suas máquinas para a rede ser usada por moradores da região.

No entanto, essa centralização geográfica pode estar se tornando uma ameaça para o Bitcoin. Além dos pontos mencionados por Coutts, também existe o risco de uma nova pressão regulatória pelo governo americano.

Por fim, uma das soluções está vindo de dentro do próprio Bitcoin, através da Stratum V2, um mecanismo que, dentre diversas melhorias, visa retirar o poder de censura das pools de mineração. Portanto, é difícil acreditar que o Bitcoin esteja ameaçado por Wall Street e essa também é uma visão do maior investidor do mundo.

$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na maior corretora de criptomoedas do mundo e ganhe até 100 USDT em cashback. Acesse Binance.com

Entre no nosso grupo exclusivo do WhatsApp | Siga também no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e Google News.

Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

Últimas notícias

Últimas notícias