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A Wolf Trade Club – suposta pirâmide financeira de Curitiba (PR) que deu um golpe de R$ 30 milhões em seus investidores, segundo a Polícia Civil do Paraná – está de volta.
No site do suposto esquema fraudulento – que prometia rendimentos de até 50% em cima do capital aportado – três integrantes anunciaram que vão implantar novos projetos para angariar fundos para pagar a dívida milionária.
“Esses projetos visam levantar recursos para que possamos trazer paz de espírito para aqueles que temos pendência e para que, de uma vez por todas, possamos provar que nunca tivermos ma fé”, disseram em um vídeo.
Não ficou claro o que o grupo fará exatamente para pagar os investidores. O fundador da suposta pirâmide, Lucas Bubiniak, falou apenas que o novo ciclo da empresa ganhou o nome de “Eu sou seu maior ativo”.
Vale lembrar que a Wolf Trade Club e seus sócios não têm autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para exercer quaisquer atividades no mercado de valores mobiliários.
A Wolf Trade Club foi fundada em 2017 na capital paranaense. A empresa oferecia rendimentos de 20%, 30% e até 50% em cima de investimentos, em até três meses, tudo combinado em contrato. Esses lucros gigantescos seriam obtidos por meio de compra e venda de ativos na Bolsa de Valores.
Em outubro, a Polícia Civil do Paraná desmantelou o esquema. Durante a operação, 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da suposta pirâmide e nas casas dos sócios e funcionários. Dois integrantes foram presos. Carros de luxo, relógios e armas também foram apreendidos.
Bubniak, que fundou a suposta fraude, ficou foragido por dois dias. Depois de se entregar, ele ficou preso por alguns dias e foi liberado. Em entrevista ao Livecoins logo após sua liberdade, ele disse que pagaria a dívida.
Na época da operação, Bubniak disse que a empresa estava com dificuldades de pagar os clientes porque teria levado um suposto golpe de um dos sócios do negócio. Essa fraude, falou, teria afetado a operação.
Os passos da Wolf Trade Club são muito parecidos com os dados por outras supostas pirâmides financeiras, que geralmente seguem uma cartilha bem conhecida no mercado financeiro.
Funciona assim: os donos de esquemas fradulentos primeiro anunciam atrasos nos pagamentos; depois, para justificar os atrasos, dizem que tomaram um suposto golpe, dado por algum sócio, funcionário, empresa terceirizada ou mesmo um hacker; por fim, comunicam o lançamento de novos projetos para supostamente pagar suas vítimas.
Foi assim como a Binary Bit, que deixou de pagar os investidores, colocou a culpa pelo atraso em um dos sócios e anunciou no começo deste ano o lançamento da Fênix. O projeto já está sendo investigado pelo Ministério Público por causa de novos atrasos.
Foi assim também com a Midas Trend, que, depois de enrolar os clientes por seis meses, disse que foi vítima de um suposto ataque de um hacker. Logo depois, anunciou o lançamento da Midas Trends 2.0 para supostamente levantar dinheiro para pagar as primeiras vítimas.
A lista de casos é grande e conta até com o Grupo Bitcoin Banco, que não é investigado por prática de pirâmide financeira, mas que, segundo a Polícia Civil do Paraná, inventou um suposto ataque hacker para não pagar os clientes. A empresa, que está no meio de um processo de reciperação judicial, está usando uma nova exchange para levantar fundos.
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