O brasileiro investidor Jonathan Camargo quase perdeu a alta do Bitcoin, visto que em 2018 ele ainda era completamente cético com a tecnologia da moeda.
Segundo uma publicação em seu Twitter, no dia 17 de dezembro de 2018, ele ainda questionava os fundamentos do Bitcoin. Na época, cada bitcoin custava apenas US$ 3.545,86, após uma queda brutal de preços nos meses anteriores.
Vale lembrar que em 17 de dezembro de 2017 o Bitcoin alcançava pela primeira vez os US$ 20 mil, ou seja, a queda era assustadora no período de um ano, o que fez muitas pessoas temerem pelo futuro do ativo.
Se tivesse realmente perdido o movimento do Bitcoin, Jonathan teria perdido mais de 2.000% de retorno.
Aos especialistas de BITCOIN!
QUAL O USO DE BITCOIN NA ECONOMIA mesmo?
— Jonathan Camargo 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷 (@jcamargonyc) December 17, 2018
Brasileiro lembra que ficou quase de fora da alta do Bitcoin por não entender fundamentos da moeda digital
Jonathan Camargo é administrador pela USJT, especialização em administração financeira pelo INSPER e Gestão de Investimentos pela Université de Genève acumulando mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro brasileiro e global com passagens por Bradesco Corporate, XP Investimentos e BTG Pactual. Atualmente é sócio-sênior da EQI Investimentos.
Após sua publicação sobre o Bitcoin em 2018, Jonathan Camargo contou ao Livecoins que continuou observando o setor, ainda que a distância. Ele viu a Tecnisa falar sobre o assunto de vender imóveis por criptomoedas, mas a volatilidade do Bitcoin ainda coloca mais dúvidas que respostas sobre o assunto.
Camargo então não via utilidade nenhuma para o Bitcoin em 2018, segundo seus conhecimentos e observações adquiridas até aquele momento. No entanto, ele conta que muito mudou em sua visão sobre o Bitcoin desde sua publicação, principalmente entre 2019 e 2020.
Nessa época, um cliente seu que era médico e teria comprado o Bitcoin em 2016, por R$ 15 mil, o recomendou ler mais sobre o assunto. O médico ainda o presenteou com o livro “Internet of Money”, escrito por Andreas Antonopoulos.
Camargo disse que como tinha formação em computação, ao ler o livro ele pode compreender os fundamentos e a segurança do Bitcoin, que passaram a fazer sentido como moeda da internet.
Nos últimos dias, ele publicou uma atualização de sua visão sobre o Bitcoin pelo Twitter, dizendo que seu erro de 2018 custou mais de 2.000% de retorno.
O ERRO QUE ME CUSTOU 2.350% DE RETORNO! https://t.co/DPfmBNW3WZ
— Jonathan Camargo 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷 (@jcamargonyc) October 11, 2021
“Eu tenho comprado Bitcoin direto”
Se antes era cético, Jonathan Camargo agora compra Bitcoin constantemente, segundo afirmou ao Livecoins.
Ele disse que além da principal criptomoeda, também tem em seu portfólio ETFs listados na B3, do qual até recomenda para seus clientes como forma de exposição ao mercado todo.
“Eu tenho comprado Bitcoin direto, tenho também via Hashdex, inclusive indico para clientes que queiram ter exposição ao mercado”.
Jonathan, vale o destaque, é um Assessor de investimentos que opera no mercado financeiro desde 2008. O assessor ainda é sócio da EQI Investimentos e fundador do portal App Investe.
Após começar a comprar Bitcoin e entender seus fundamentos, Jonathan passou a comprar outras criptomoedas que vê utilidade também.
Na visão do brasileiro assessor de investimentos que quase perdeu a alta do Bitcoin, os ETFs são instrumentos que deverão ajudar as pessoas do mercado tradicional a compreender mais os fundamentos das criptomoedas e até eventualmente se expor diretamente a essa classe de ativos.
Faria Lima ainda desconhece os fundamentos da tecnologia do Bitcoin
Na visão de Jonathan Camargo, o mercado financeiro é muito cético com ativos voláteis e que “sobem para sempre”. Ele lembrou que durante muito tempo as pessoas acreditavam que a própria ação da Magazine Luiza era uma bolha, o que não se provou verdade com o tempo.
Assim, ele acredita que a Faria Lima, região de intensa movimentação no mercado financeiro brasileiro, ainda não entendeu o potencial da tecnologia do Bitcoin.
Muitos desses investidores estão acostumados a ler balanços, fator que não existe no Bitcoin, “que é uma tecnologia que tem uma lógica programada em um ativo que o torna uma reserva de valor, um ouro digital“, lembrou Camargo.
“Acho que tem muito a ver com desconhecimento, o maior ponto que vejo é quando a gente fala de tecnologia as pessoas não entendem. Segundo, existe ali um efeito de manada, de olhar para um ativo e dizer que ele é volátil, um ativo que cresce absurdo, então seria uma bolha. O mercado financeiro como um todo é muito cético com ativos voláteis”.
Poucas pessoas se arrependeram de não comprar Bitcoin
Questionado se conhece outras pessoas que mudaram de opinião no mercado financeiro de modo geral, Jonathan Camargo disse que poucos conseguiram.
Ele lembra que seu conhecimento prévio em tecnologia o ajudou, que logo fez o Bitcoin ter sentido para ele. Contudo, muitos ainda não estudaram esses fundamentos e tem dificuldade para compreender estes, preferindo se manter a distância.
“Poucas pessoas tiveram essa grande mudança. Dentro do mercado financeiro, quando alguém se interessa por uma empresa de tecnologia, ela olha o balanço dela. Minha facilidade foi compreender de tecnologia e finanças, mas muitos não tem o viés de tecnologia. Isso deve mudar apenas quando essas pessoas buscarem o conhecimento.”
O mercado brasileiro de criptomoedas ainda é novo e pequeno, mas já mostra um grande potencial, visto que a B3 listou ETFs de Bitcoin e criptomoedas antes até que a NYSE, gigante dos Estados Unidos.
Em maio, Jonhatan Camargo chegou a gravar um vídeo em seu canal onde explicou o que acreditava ser o potencial desse mercado.