Saltando 45% na última semana, o Ethereum está atraindo a atenção de investidores antes da sua migração para Proof-of-Stake (PoS), deixando até mesmo o Bitcoin para trás. Negociado a US$ 1.575, o Ethereum precisa subir apenas 2,3 vezes para passar o Bitcoin e se tornar a criptomoeda número 1 do mercado.
Transformando esta valorização em dólares, o Ethereum precisaria chegar a US$ 3.650. Este é um número bem possível, afinal a moeda já alcançou US$ 4.900 em novembro do ano passado. Contudo, o Bitcoin precisaria ficar estático, o que é difícil de acontecer.
Outro ponto a ser observado é que o Proof-of-Stake (PoS) não é uma tecnologia inovadora. Em 2012, antes mesmo do Ethereum existir, a Peercoin já utilizava tal sistema, e nunca decolou.
The Flippening — A Virada
Chamado “The Flippening”, ou A Virada, tal termo surgiu em 2017 para referir-se a um possível evento futuro onde o Ethereum passaria o Bitcoin em valor de mercado.
Naquela época, a dominância do Bitcoin despencava ligeiramente, chegando a 38,7%, enquanto o Ethereum dominava 31,2% do mercado graças a explosão das ICOs. Entretanto a briga esfriou com a chegada do bear market de 2018, ficando esquecida até então.
Contudo, agora o Ethereum está prestes a se tornar tudo aquilo que prometeu há mais de sete anos, usar proof-of-stake em vez de proof-of-work. Em tese, isto melhorará sua escalabilidade e usuários pagarão taxas mais baixas, porém outros desafios devem surgir.
Portanto, tal atualização parece ser a maior chance do Ethereum passar o Bitcoin pela primeira vez na história. Para isso, seu preço precisa alcançar os US$ 3.650 (meros 2,3x) e o Bitcoin manter-se estático. A má notícia para os entusiastas do Ethereum é que isso é difícil de acontecer, afinal o bitcoin já começou a subir, ainda que timidamente, no embalo da alta do ETH.
De qualquer forma, Bitcoin e Ethereum não são concorrentes diretos. Enquanto o BTC é tratado como uma moeda e reserva de valor, o Ethereum é considerado como um supercomputador, usado para rodar aplicativos decentralizados, por exemplo.
Então, quem mais tem a temer com a migração para PoS são outras moedas inteligentes, como Cardano (ADA), Solana (SOL) e Avalanche (AVAX), hoje com relevância devido às altas taxas do Ethereum.
Proof-of-Stake (PoS) não é inovador
Embora a migração para Proof-of-Stake (PoS) prometa melhorar a qualidade de vida dos usuários do Ethereum, que pagarão menos taxas, vale lembrar que esta tecnologia não é inovadora, pelo contrário.
A primeira moeda a utilizar PoS foi a Peercoin, ainda em 2012, quando o Ethereum nem sequer existia. Além disso, diversos outros concorrentes diretos do ETH já usam variações de proof-of-stake — e mesmo assim nenhuma desbancou o Ether.
Portanto, é possível que o Ethereum esmague estas blockchains que um dia foram chamadas de “ethereum killers” (assassinas do Ethereum) apenas pela sua reputação no mercado. Contudo, acreditar que PoS será um grande feito, a ponto do ETH passar o Bitcoin, é arriscar demais.
Além disso, conforme investidores estão comprando agora, é provável que aconteça uma grande venda próximo à data da migração. Afinal muitos podem querer realizar lucros, ou então evitar riscos e imprevistos contidos neste novo modelo.