Em nota publicada nesta segunda-feira (31), o governo de Hong Kong aponta seu interesse nas criptomoedas, afirmando que a região está pronta para servir como sede para corretoras globais conforme foca na regulamentação do setor.
Entretanto, a boa notícia pode estar mais de um ano atrasada. Afinal, em setembro de 2021, uma das maiores corretoras de criptomoedas abandonou Hong Kong, justamente pela hostilidade regulatória.
Sendo assim, Sam Bankman-Fried da FTX foi um dos primeiros a se pronunciar sobre o assunto, mostrando-se feliz pela decisão através de suas redes sociais.
“Uma atualização realmente promissora de HK sobre cripto. Uma pena que não aconteceu no ano passado”, declarou o fundador da FTX, corretora que abandonou Hong Kong há pouco mais de um ano. “Aprecio profundamente quando os formuladores de políticas se envolvem de forma construtiva e otimista com as pessoas que mais importam para a direção de uma indústria: os clientes.”
Hong Kong muda pensamento sobre criptomoedas
Como destaque, o documento publicado pelo governo de Hong Kong afirma que os ativos digitais, incluindo criptomoedas, vieram para ficar. Sendo assim, agora o governo quer criar um ambiente regulatório amigável para a indústria e seus investidores.
“Reconhecemos que os VA [ativos virtuais] vieram para ficar, visto que têm atraído a atenção de investidores globais e são cada vez mais vistos como um canal para inovações financeiras, sem mencionar as oportunidades futuras que serão abertas.”
Seguindo, também aponta estar aberto a revisar a legalidade de contratos inteligentes, bem como reconhecer direitos de propriedades de ativos tokenizados.
Como exemplo, citam um programa piloto onde emitirão NFTs para o Hong Kong Fintech Week 2022, evento que será realizado entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. Dentre os palestrantes estarão alguns nomes da indústria de criptomoedas, como Alex Rampell da Andreessen Horowitz, Yat Siu da Animoca Brands e até mesmo Sam Bankman-Fried da FTX.
Além deste programa, Hong Kong também estará tokenizando títulos verdes, bem como está analisando a criação de sua própria CBDC, o Dólar de Hong Kong eletrônico (e-HKD).
“Os entrevistados apoiam a iniciativa do e-HKD e acreditam que ela tem potencial para tornar os pagamentos mais eficientes e apoiar o desenvolvimento da economia digital de Hong Kong.”
Região também está de olho nas stablecoins
Outro ponto mencionado com destaque pelo documento são as stablecoins. Afinal, duas das cinco maiores criptomoedas do mercado são lastreadas em dólar e o volume da Tether (USDT) chega a ser maior que do próprio Bitcoin.
“Com as lições aprendidas com a recente crise no mercado de ativos virtuais (o Inverno das Criptomoedas), o consenso internacional é colocar em prática regulamentações adequadas em aspectos como governança, estabilização e mecanismos de resgate de stablecoins.”
Por fim, apesar de sua ligação com a China, tudo indica que Hong Kong possa se tornar um centro para a indústria de criptomoedas. Entretanto, muitas empresas já abandonaram o país, sendo este um desafio à parte para seu governo.