Questionado sobre os impactos da falência da FTX, Jamie Dimon mostrou-se desinteressado no assunto. “As criptomoedas são um show a parte, vocês gastam muito tempo com isso”, respondeu o CEO do JPMorgan aos jornalistas da CNBC.
Conhecido por ser um grande inimigo das criptomoedas, já tendo classificado as mesmas como um esquema Ponzi, Dimon novamente atacou a indústria nesta terça-feira (6).
Entretanto, o que chamou atenção foi criatividade do bilionário para responder a uma pergunta já retrucada diversas vezes por ele, sem indícios de que mudará de opinião.
“Deixei minhas opiniões perfeitamente claras, cripto-tokens são como pedras de estimação.”
Jamie Dimon acredita na tecnologia por trás das criptomoedas
Seguindo, o CEO de um dos maiores bancos do mundo explica que, embora não acredite nas criptomoedas, a tecnologia por trás delas é ótima. Assim como suas críticas, tal pensamento não é nada novo.
“Isso não significa que blockchain não é real, não significa que contratos inteligentes não serão reais, ou a web 3.0. Mas criptomoedas que não fazem nada, não entendo.”
Outro ponto argumentado por Dimon está relacionado ao uso das criptomoedas por criminosos. Sendo assim, o executivo aproveitou o espaço para novamente pedir pela regulamentação do mercado.
“O Bitcoin vale menos de US$ 1 trilhão de dólares hoje. Há 20 a 30 bilhões em ransomwares, 20 a 30 bilhões em custos de exchanges, muito [envolvimento] em AML, financiamento ao terrorismo, evasão fiscal, tráfico sexual”, notou Jamie Dimon do JPMorgan.
“Por que permitimos que essas coisas existam?”
Notando que a conversa sobre criptomoedas não estava agradando Dimon, um dos âncoras mudou o assunto, levando a conversa para outro rumo. Sendo assim, o CEO expôs seus pensamentos sobre inflação e a alta global na taxa de juros por governos.
Blockchain e contratos inteligentes sem criptomoedas fazem sentido?
Como mencionado por Dimon, as tecnologias introduzidas tanto pelo Bitcoin quanto pelo Ethereum são ótimas. Entretanto, o bilionário recusa-se a aceitar o pacote completo.
Isso nos leva a questão acima, como uma blockchain funcionaria sem as criptomoedas? Existem algumas soluções, como DLT (sigla inglesa para livro-razão distribuído) que focam nesta abordagem, mas estas são bem mais centralizadas que as criptomoedas.
Ou seja, retirar as criptos dessa equação resultaria em outros problemas, como censura e, obviamente, confisco de fundos e informações, dando poderes a terceiros.
Portanto, é difícil imaginar que as criptomoedas percam relevância. Afinal, embora possam ajudar criminosos, o cidadão comum não deve ser punido por isso, cabendo a legisladores procurar outras alternativas para combater o crime.