Um investidor de Bitcoin moveu suas moedas pela primeira vez nesta quarta-feira (8), 10 anos após comprá-las. Hoje a quantia movida, de 412,12 BTC, é equivalente a R$ 47 milhões.
Adquiridos entre setembro e outubro de 2012, estes bitcoins valiam apenas R$ 10.400 na época. Ou seja, o investidor paciente viu suas moeda valorizarem 4.523 vezes antes de movê-las pela primeira vez.
Apesar disso, não se sabe se esses bitcoins foram vendidos. Segundo dados da transação, o montante foi dividido entre cinco endereços, o que pode representar uma mera reorganização dos fundos.
Como comparação, estes R$ 47 milhões em Bitcoin são equivalentes a quase 1/3 do mais recente prêmio da Mega-Sena, que pagou R$ 152,8 milhões nesta quarta-feira (8).
Mais endereços dormentes movem seus bitcoins
Já no início deste mês, no dia 1º de fevereiro, um minerador moveu seus bitcoins após deixá-los parados por 12 anos e meio em sua carteira.
Minerados em julho de 2010, estes 50 bitcoins valiam apenas US$ 0,50, ou seja, apenas 1 centavo de dólar cada. Atualmente, o montante é equivalente a US$ 1,15 milhão, uma valorização de 230.659.700%.
Assim como no caso anterior, o minerador também dividiu seu saldo em endereços diferentes, desta vez em três. Portanto, é possível que ele não tenha vendido suas moedas mesmo após este grande lucro.
Outra curiosidade é que estes bitcoins são considerados parte da “Era Satoshi”. Afinal, quando foram minerados, Satoshi Nakamoto ainda estava ativo no desenvolvimento do Bitcoin. Contudo, é improvável que estas moedas pertençam a ele.
O que está por trás destas movimentações?
Embora o Bitcoin forneça total transparência sobre transações na rede, o projeto também conta com certo grau de privacidade. Portanto, é difícil saber quem são os donos de tais moedas e, por consequência, suas motivações para movê-las.
Conforme os dados sugerem que tais bitcoins não foram vendidos, podemos estimar que se trata de uma mera medida de segurança.
Afinal, os dois investidores moveram parte de seus fundos para endereços de multi-assinatura, uma técnica que, nestes casos, exige duas assinaturas para que uma nova transação seja feita. A separação entre diferentes endereços fortalece a tese.
Por fim, tais transações são cada vez mais raras. De qualquer forma, podemos acreditar que ambos tinham mais bitcoins em outros endereços. Afinal, eles podem ser tratados como pioneiros e devem ter entendido o Bitcoin logo cedo.