Processado pela CFTC, Changpeng “CZ” Zhao publicou uma resposta no blog de sua corretora nesta segunda-feira (27). Segundo o CEO da Binance, a medida da agência americana foi “inesperada e decepcionante”, principalmente por trabalharem juntos a mais de dois anos.
Na sequência, Zhao aborda as principais denúncias e apresenta contrapontos a elas. Sobre as ferramentas anti-lavagem de dinheiro e de KYC, por exemplo, o executivo afirma que “nenhuma outra empresa usa sistemas mais compreensivos ou efetivos que a Binance”.
O desenrolar deste processo está sendo observado até mesmo por quem não utiliza a corretora. Afinal, devido ao seu grande volume, a Binance tem grande impacto no preço do Bitcoin e outras criptomoedas.
CZ responde acusações sobre manipulação de mercado
Dentre os diversos pontos mencionados no processo da CFTC à Binance, um deles afirma que a corretora estaria negociando contra seus próprios clientes. Changpeng Zhao é inclusive acusado de ter mais de uma conta em sua própria corretora.
Em resposta a isso, CZ afirmou que a Binance nunca negociou criptomoedas para obter lucro ou para manipular o mercado. Explicando os trades, o executivo afirma que às vezes a empresa precisa converter criptomoedas para cobrir despesas gerais.
Zhao também comentou sobre suas contas, admitindo mesmo ter duas.
“Pessoalmente, tenho duas contas na Binance: uma para o Binance Card e outra para minhas criptomoedas”, escreveu Changpeng Zhao. “Eu como nossa própria comida de cachorro e armazeno minhas criptomoedas na Binance.com. Também preciso converter criptomoedas de tempos em tempos para pagar minhas despesas pessoais ou do cartão.”
O texto segue, notando que os funcionários da Binance podem comprar criptomoedas na própria corretora, mas não podem vendê-las antes de 90 dias. “Isso é para evitar que qualquer funcionário negocie ativamente”, finalizou, apontando que acompanha de perto a política de outros produtos da empresa.
Americanos na Binance, licenças e transparência
Por fim, o fundador da Binance também respondeu ao que parece ser a maior acusação da CFTC, a presença de americanos na corretora.
Changpeng Zhao afirma que a Binance foi a primeira corretora não-americana a implementar um programa obrigatório de KYC. Seguindo, nota que seus sistemas têm diversos meios para realizar bloqueios, incluindo KYC, IP, bancos e outros.
Notando sua cooperação com governos internacionais, o executivo também afirma que trabalha lado a lado com a polícia. Como exemplo, cita que já lidou com 55.000 pedidos de congelamento e apreensão de criptomoedas, totalizando US$ 125 milhões em 2022 e US$ 160 milhões em 2023.
“Pretendemos continuar respeitando e colaborando com os reguladores dos EUA e outros ao redor do mundo.”
Por fim, Zhao foi um tanto evasivo sobre a questão dos registros da empresa. Enquanto a CFTC acusa a Binance de não possuir uma sede oficial e trabalhar sobre um “labirinto de entidades corporativas”, o executivo apenas citou que possui 16 licenças em diferentes países.