Funcionário público é pego com R$ 138 milhões em Bitcoin em pasta suspeita chamada “aposentadoria”

A descoberta das carteiras de Bitcoin associadas à pasta "aposentadoria" sugere que os ativos encontrados podem ter sido planejados para o futuro financeiro do funcionário público. No entanto, com os bitcoins e evidências agora nas mãos da polícia, parece que a aposentadoria do servidor público foi adiada por tempo indeterminado.

Em um dos casos de corrupção mais impactantes dos últimos anos, o oficial russo Marat Tambiev está sendo acusado de receber um suborno no valor de quase 140 milhões de reais em Bitcoin (BTC) do grupo hacker Infraud Organization Mark.

Segundo a mídia local, Tambiev aceitou o suborno em troca de não apreender os ativos ilegais dos hackers que estavam sendo investigados. As autoridades russas consideram esse o maior suborno já registrado no país.

Marat Tambiev ocupava o cargo de chefe do departamento de investigação do comitê do distrito de Tverskoy, em Moscou, até ser demitido recentemente após as acusações de corrupção virem à tona.

R$ 138 milhões em bitcoins apreendidos

Durante uma busca em seu apartamento, as autoridades encontraram 1.032 bitcoins em seu laptop. O Procurador-Geral Adjunto destacou que Tambiev recebeu oficialmente cerca de US$ 150.000 durante seu mandato no comitê, o que levanta questionamentos sobre a origem dos bitcoins avaliados em R$ 138 milhões.

O suborno teria ocorrido em abril de 2022 e envolveu não apenas o oficial Tambiev, mas também membros do grupo de hackers responsáveis por atividades ilegais na internet.

Os hackers em questão, Konstantin Bergmanov e Kirill Samokutyaevsky, receberam sentenças de 2,5 a 3,5 anos de prisão, enquanto as autoridades conseguiram recuperar cerca de US$ 8,6 milhões em bitcoin deles.

O caso chocou a opinião pública russa, levantando questões sobre a eficácia do sistema de combate à corrupção no país. Marat Tambiev será apresentado ao tribunal em 5 de junho, onde o promotor buscará confiscar todos os fundos ilícitos do oficial.

Enquanto isso, Tambiev tem negado todas as acusações e até mesmo processou o Comitê de Investigação, alegando que as acusações não foram comprovadas durante a investigação em andamento. No entanto, o processo foi arquivado após uma auditoria confirmar a corrupção.

Aposentadoria adiada

De acordo com a mídia russa, durante o processo de busca e apreensão, a polícia encontrou um notebook Apple MacBook Pro, que tinha uma pasta chamada “aposentadoria”.

Ao abri-la, encontraram uma foto de uma folha de papel com os códigos de carteiras com 932.1 e 100 bitcoins. Ambas as carteiras foram apreendidas pelas autoridades.

A polícia começou investigar o funcionário publico após os hackers confessarem haverem feito um acordo com o oficial, como resultado da confissão, os hackers tiveram suas pensas reduzidas.

A descoberta das carteiras de Bitcoin associadas à pasta “aposentadoria” sugere que os ativos encontrados podem ter sido planejados para o futuro financeiro do funcionário público. No entanto, com os bitcoins e evidências agora nas mãos da polícia, parece que a aposentadoria do servidor público foi adiada por tempo indeterminado.

Marat Tambiev. Imagem: Kommersant

Maior caso de suborno já registrado na Rússia

O episódio trouxe à tona um suborno no valor de 1,6 bilhão de rublos, um recorde para as agências policiais russas, resultando em um debate sobre a corrupção no sistema judiciário e policial da Rússia.

Esse caso em particular revela a complexidade e a amplitude dos esquemas de corrupção que podem ocorrer dentro do sistema, levando a uma perda significativa de confiança na aplicação da lei.

O Comitê Principal de Investigação e o Gabinete do Procurador-Geral estão empenhados em recuperar todos os ativos de Marat Tambiev. A audiência marcada para 5 de junho determinará o destino dos bitcoins.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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