Negociado a US$ 26.500 nesta tarde de quarta-feira (10), o Bitcoin opera em baixa de 3%, continuando com a queda que começou no último domingo com o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas.
No entanto, é possível que outros fatores estejam contribuindo para a extensão dessa perda. Os maiores exemplos são os dados de inflação dos EUA, pressão regulatória sobre a Coinbase e venda massiva de bitcoin por mineradores.
Apesar do período de fim de ano ter sido ótimo para o Bitcoin nos últimos anos, a maior criptomoeda do mercado segue pressionada enquanto os ETFs à vista não são aprovados nos EUA. Portanto, é possível que uma nova grande alta aconteça apenas em 2024.
Dados de inflação dos EUA esfriam mercados
Após ultrapassar os US$ 28.500 na semana passada, atingindo seu maior preço desde agosto, o Bitcoin já perdeu US$ 2.000 em seu preço, boa parte das perdas aconteceram nesta quarta-feira (10).
Embora o governo americano ainda não tenha divulgado os dados oficiais em seu site, a Associated Press aponta que inflação no atacado dos EUA subiu de 2 para 2,2% ao ano no mês de setembro.
Portanto, esse pode ter sido um motivo para a queda do Bitcoin conforme dados de inflação são usados pelo Federal Reserve para determinar a taxa de juros do mercado. Previsões da ferramenta CME FedWatch apontam que existem 8,6% de chance de um novo aumento de 0,25% nos juros.
Mineradores vendem R$ 2,7 bilhões em Bitcoin
Outra informação que pode ter afetado a confiança do mercado foi a venda massiva por grandes mineradoras de Bitcoin. Segundo informações do IntoTheBlock, as vendas desta semana foram as maiores desde o último mês de abril.
“Os mineradores de Bitcoin venderam mais de 20.000 BTC (R$ 2,7 bilhões) esta semana, a maior quantia desde abril”, comentou o IntoTheBlock. “Isto sugere que os mineradores estão aproveitando os preços mais elevados do Bitcoin para compensar os seus custos operacionais.”
“Embora não seja incomum, isso pode adicionar uma pressão de venda significativa ao mercado.”
Bitcoin miners sold over 20,000 $BTC this week, the largest amount since April. This suggests that miners are capitalizing on higher Bitcoin prices to offset their operational costs. While not uncommon, it can add significant sell pressure to the market. pic.twitter.com/J6GAC7UWpO
— IntoTheBlock (@intotheblock) October 10, 2023
Com a chegada do halving, estimada para acontecer no final de abril de 2024, é possível que o setor de mineração fique mais agitado que o normal. Além de mudanças nos caixas dessas empresas, também é esperado anúncios sobre atualização de máquinas para novos modelos.
Coinbase enfrenta pressão regulatória
Em junho, a SEC processou a Coinbase, afirmando que diversas criptomoedas listadas na corretora eram valores mobiliários. Agora, um documento emitido nesta terça-feira (10) revela que a SEC encontrou apoio de outros reguladores sobre o caso.
“A teoria da SEC neste caso é consistente com a posição pública de longa data da agência” e “bem dentro dos limites da lei estabelecida”, disse a Associação Norte-Americana de Administradores de Valores Mobiliários (NASAA, na sigla inglesa).
Negociadas na Nasdaq, as ações da Coinbase chegaram a cair 5% nesta quarta-feira (11) com o apoio da NASAA à SEC sobre o processo. Portanto, este pode ter sido outro motivo que pressionou o preço do Bitcoin.
Por fim, embora o Bitcoin tenha um ótimo histórico nos últimos trimestres de cada ano, é possível que 2023 seja uma exceção à regra. De qualquer forma, investidores continuam ansiosos pelo halving de 2024 e pela possível aprovação de ETFs à vista de BTC nos EUA.