A Energy Information Administration (EIA), agência governamental norte-americana, anunciou planos para iniciar uma coleta detalhada de dados sobre o consumo elétrico decorrente da mineração de criptomoedas nos Estados Unidos.
A partir de fevereiro, mineradoras de Bitcoin e outras criptomoedas serão pesquisadas para fornecer informações sobre seu uso de energia, num esforço para esclarecer como a atividade está afetando o sistema energético americano como um todo.
Em comunicado oficial, a agência expressou a intenção de aprofundar a análise sobre as implicações energéticas da mineração de criptomoedas. O foco estará na evolução da demanda por energia, na identificação de regiões com alto crescimento dessa demanda, e na quantificação das fontes de eletricidade usadas para sustentar tal atividade.
Mineração de Bitcoin faz conta de luz ficar mais cara
O consumo de energia pela mineração de criptomoedas é notório por seu volume: em 2023, a mineração global de Bitcoin consumiu 121,13 terawatts-hora, um número que rivaliza com o consumo elétrico de toda a Holanda.
Essa demanda vem principalmente do processo de mineração, que envolve a resolução de complexos cálculos matemáticos por computadores especializados, que funcionam ininterruptamente e geram uma quantidade significativa de calor, exigindo sistemas de refrigeração que também consomem muita energia.
O Ethereum, segunda criptomoeda mais popular do mercado, conseguiu reduzir suas necessidades energéticas após uma atualização conhecida como “Merge” em 2022. Contudo, a demanda por energia tende a crescer em períodos de alta no valor do Bitcoin, incentivando mais mineração.
Este aumento na demanda por energia, de acordo com um estudo da Universidade da Califórnia e da Universidade de Chicago, faz a conta de luz ficar mais cara.
O estudo mostrou que a mineração de criptomoedas pode elevar as contas de luz locais, com famílias no norte do estado de Nova York experimentando um aumento anual de US$ 88 em suas contas, cerca de R$ 432.
🚨Quanta energia a mineração de Bitcoin usa? Governo dos EUA quer saber.
A agência de energia do país começará a pesquisar empresas de mineração de criptomoedas, que deverão responder com detalhes sobre seu uso de energia. pic.twitter.com/b6QgTkvN47
— Livecoins (@livecoinsBR) February 2, 2024
Governo americano quer saber quanta energia a mineração de Bitcoin usa
De acordo com o governo americano, o impacto do aumento na mineração de criptomoedas pode ser sentido mais agudamente durante períodos de alta demanda energética, causados por condições climáticas extremas.
Isso pode levar a picos de demanda que estressam a rede elétrica, resultando em preços mais altos e até em apagões.
Nesse contexto, a EIA busca entender melhor os efeitos da mineração de criptomoedas no sistema energético e no mercado. A pesquisa poderá fornecer dados para mitigar impactos negativos, oferecendo a governos e consumidores informações para tomar decisões mais informadas sobre o consumo de energia.
“Pretendemos continuar a analisar e escrever sobre as implicações energéticas das atividades de mineração de criptomoedas nos Estados Unidos”, disse o diretor da EIA, Joe DeCarolis.
“Vamos nos concentrar especificamente em como a demanda de energia para a mineração de criptomoedas está evoluindo, identificar áreas geográficas de alto crescimento e quantificar as fontes de eletricidade usadas para atender à demanda de mineração de criptomoedas.”, finalizou.